Concorrência com Rubinho na Indy ameaça agravar crise de audiência da F-1


A audiência da Fórmula 1 está em queda, e não é só no Brasil, onde o desinteresse cresce a cada decepção dos pilotos locais. A hegemonia de Sebastian Vettel no ano passado fez cair os números em outros mercados estratégicos, como Inglaterra, Itália e China. Neste ano, a categoria ainda terá que lidar com a concorrência da Fórmula Indy, que terá mais atenção devido à presença de Rubens Barrichello.

Rubinho passou 19 anos na Fórmula 1, e pela primeira vez será um concorrente de peso para a Rede Globo, detentora dos direitos da categoria no Brasil. A emissora tem visto a audiência das corridas cair nos últimos anos, principalmente devido à falta de vitórias dos pilotos brasileiros.

A informação é do “Global Broadcast Report”, documento divulgado pela Formula One Management (FOM). Segundo o relatório, o Brasil teve 76,8 milhões de telespectadores no ano passado, 11 milhões a menos do que em 2010, sem falar nos 119 milhões que assistiram à Fórmula 1 na Globo em 2007, por exemplo.

Ainda assim, o Brasil continua sendo, pelo terceiro ano seguido, o maior mercado de televisão no mundo para a Fórmula 1. Em parte, devido ao fraco crescimento dos outros territórios. Só mesmo a Alemanha registrou crescimento, e se manteve como maior mercado da Europa e terceiro maior do mundo, atrás de China e Brasil.

A boa audiência na Alemanha é facilmente explicada pelo domínio de Vettel. Assim como as quedas na França, Itália e Espanha têm o mesmo motivo. O caso espanhol é o mais crítico: a emissora La Sexta cancelou seu contrato com a Fórmula 1 dois anos antes, alegando falta de recursos. Ao todo, a audiência global da Fórmula 1 caiu de 527 milhões para 515 milhões de telespectadores em 2011.

O desafio de reverter esses números negativos em 2012 não será fácil. Pelo menos no Brasil, a Fórmula 1 terá uma concorrência sem precedentes com a Fórmula Indy, por causa de Barrichello. O especialista em marketing esportivo Rafael Plastina, da agência Sport Track, aposta que os torcedores irão se dividir.

“Vai haver uma concorrência maior. O Rubinho teve rótulo de pé-frio que a própria Globo colocou nele, mas quem gosta de automobilismo vai acompanhar sim. A grande sorte é que as corridas não são nos mesmos horários”, observou o marqueteiro.

Na verdade, a Fórmula 1 terá apenas seis das suas 20 etapas em datas coincidentes com corridas da Fórmula Indy, e nenhuma delas terá choque de horário com a outra categoria.

Por outro lado, duas dessas provas de Fórmula 1 são de madrugada, enquanto a Fórmula Indy tem um horário bem mais convidativo. Mais um fator que deve acirrar a concorrência por espaço na mídia e interesse do público.

Para o Grupo Petrópolis, que neste ano entrou na Fórmula 1 como patrocinador da Ferrari e de Felipe Massa, o público da categoria é fiel e segura o otimismo da empresa nessa empreitada, Além disso, a crise pode ser revertida na pista.

“O GP do Brasil de 2008, por exemplo, alcançou mais de 30 pontos com Felipe Massa na disputa pelo título. Então, depende muito do que acontecer na pista, mas a audiência da Fórmula 1 tem sua base preservada com os fãs do esporte, que são bastante fieis”, explicou o diretor de marketing Douglas Costa.

A Globo e também a Bandeirantes, que transmite a Fórmula Indy, foram procuradas para comentar a respeito da concorrência entre as categorias, mas não divulgaram posicionamento. A temporada da Fórmula 1 começa no próximo domingo com o GP da Austrália, e a Indy estreia no dia 25 de março, em S. Petersburgo.

Fonte: UOL

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