Ex-líder do governo no Senado critica governo Dilma no trato com PMDB

Apeado do cargo pela presidente Dilma Rousseff depois de oito anos na função, o ex-líder do governo no Senado Romero Jucá (PMDB-RR) deixou o discurso brando dos últimos dias para criticar o Palácio do Planalto nesta terça-feira (13) por não atender às demandas de seus colegas de partido. Ele será substituído por Eduardo Braga (PMDB-AM), segundo a liderança peemedebista na Casa. Apesar disso, a mandatária ainda não confirmou o nome do ex-governador do Amazonas na função.

Jucá perdeu força com Dilma depois que senadores do PMDB ajudaram a rejeitar a recondução do diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo. A justificativa oficial para a mudança é a instituição de um sistema de rodízio na defesa dos interesses governistas no Congresso. O líder na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), também deixará a função.

"Existe um clima de insatisfação de senadores e deputados a [sic] nível partidário", afirmou Jucá, após uma cerimônia no Senado que contou com a presença da própria presidente. "É preciso que o governo faça política, converse, chegue mais perto. E que a máquina pública dê atenção aos senadores. Muitos senadores reclamam de desprestígio, eles não conseguem resolver as questões. É importante o governo atentar", disse.

O agora ex-líder, que também exerceu a função nos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, foi informado da mudança na tarde de segunda-feira (12). Ele se mostrou incomodado com o vazamento pela imprensa de que deixaria o cargo antes mesmo de Dilma decidir quem será seu substituto. "Saiu do controle do Palácio, não divulguei [a mudança] exatamente a pedido do Palácio porque a presidente ainda conversaria com o Vaccarezza", afirmou Jucá.  

Apesar disso, o peemedebista disse que vai acordar "mais leve amanhã". "Hoje ainda não, tenho de ir defender o ministro Guido Mantega na Comissão de Assuntos Econômicos", afirmou. "Vamos trabalhar para unir a base, não há motivo para tensão. Eu encarei essa mudança com tranquilidade."

O provável substituto evitou fazer comentários sobre o seu trabalho até que Dilma divulgue sua nova posição. Mas não escondeu a insatisfação da bancada com o diálogo com o Palácio do Planalto. "O que defendemos é que esse diálogo com o governo tem de ser ampliado", disse.

Fonte: UOL

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