Operação antidesmonte começa em quatro municípios

A operação antidesmonte do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) teve início ontem, com o envio de equipes de fiscalização a quatro municípios no Interior. Crato, Maracanaú, Pentecoste e Uruburetama são as primeiras cidades visitadas pela operação, que tem o objetivo de averiguar a situação financeira e fazer levantamento do patrimônio de cada Prefeitura e Câmara Municipal.

Na história do Ceará, são recorrentes os casos de prefeituras que sofreram desmontes por prefeitos que não conseguiram eleger seus sucessores. Como O POVO divulgou na edição de domingo, os trabalhos do TCM e Ministério Público terão foco especial em municípios onde os prefeitos não disputam reeleição, para prevenir abusos na transição.

A expectativa do TCM é que todos os 184 municípios sejam vistoriados, mas a ordem das visitas está sendo definida por critérios como reeleição de prefeitos, volume de recursos que o Município dispõe e existência de denúncias contra a administração.

O prefeito de Crato, Samuel Araripe (PSDB) confirmou a chegada da equipe do TCM no início da tarde de ontem. “Algumas secretarias serão auditadas. Ficarão aqui até sexta-feira, numa sala com toda a infraestrutura, no próprio prédio da Prefeitura. E eu vejo isso como uma coisa muito boa, necessária, para que os prefeitos não cometam qualquer deslize com relação a ação de desmonte”, afirmou Araripe.

Segundo ele, quando assumiu a Prefeitura em 2005, em sua primeira gestão, havia um passivo de R$ 5 milhões. “O primeiro ano de gestão foi só problema. R$ 5 milhões de dívida é coisa séria”, comentou. Por este motivo, ele afirma que encara com naturalidade a fiscalização pelo TCM. “O que não queremos para nós não queremos para os outros. Acho que o Tribunal tem que fazer isso nos 184 municípios”, defendeu.

Transparência
O prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (PR), afirma que vê com bons olhos a iniciativa do TCM. “Isso é um trabalho muito importante de cidadania. Tem que verificar tudo. Mas em um mês, no máximo, o TCM deveria vir a público dizer que a equipe encontrou tais problemas ou não encontrou. Só assim eu entendo que é preventivo”, argumenta. Segundo ele, quando as equipes chegam ao Município, a população já acredita que há corrupção.

Por ser ano eleitoral, a transparência é importante e, por isso, Pessoa vai solicitar ao Tribunal que divulgue nota com os resultados. “O TCM faz um julgamento técnico, mas também político. Seus membros foram todos indicados por políticos. Na cabeça das pessoas, fica-se devendo favor. Como todo político tem adversário, fica melhor divulgar o resultado”, opinou.

Fonte: O Povo

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