Bolsonaro não crê em terceira via e diz que Lula vem "com sangue nos olhos"

Jair Bolsonaro não acredita que um nome de centro - tendendo à direita ou à esquerda —estará no segundo turno das eleições presidenciais de 2022.

O presidente (sem partido) está certo de que a disputa se dará entre ele e Lula (PT).

A quem lhe pergunta se está confiante na vitória, Bolsonaro responde que sim.

Diante de seu círculo de assessores mais próximos, no entanto, o ex-capitão tem se mostrado bem menos seguro da reeleição.

A esses colaboradores, o presidente afirma que Lula virá para a disputa "com sangue nos olhos" e chega a projetar cenários a partir da própria derrota.

Bolsonaro diz que o petista irá "desarmar tudo" o que o seu governo construiu e que fará "as coisas que não teve coragem de fazer" nas gestões anteriores do PT - o que inclui, segundo o presidente, impor de vez a "ideologia marxista" na Educação e "aparelhar as Forças Armadas".

Hoje, no entanto, é Bolsonaro quem se esforça para cooptar os militares.

Em março, o presidente demitiu de forma sumária o ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva depois que ele se recusou a lhe dar a cabeça do então comandante do Exército, Edson Pujol. Bolsonaro queria que Pujol se manifestasse publicamente contra a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, de anular as condenações de Lula, transformando o ex-presidente em "ficha limpa" - Pujol, com quem Bolsonaro há tempos já estava agastado, se negou a fazê-lo.

A demissão de Azevedo e Silva nesse contexto provocou uma crise militar que resultou na saída dos três comandantes das Forças de uma vez - um episódio sem precedentes na história do país.

Pujol foi substituído pelo general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, com quem Bolsonaro não tem proximidade. Também o novo comandante da Marinha, o almirante de esquadra Almir Garnier, era, até sua posse, um quase desconhecido do presidente - o contato mais próximo que tiveram foi quando o almirante, ex-secretário-geral do Ministério da Defesa, participou da comitiva presidencial para o Oriente Médio, em 2019.

Apenas o chefe da Aeronáutica, o brigadeiro Carlos Almeida Baptista Junior, pode ser considerado simpático ao bolsonarismo.

No último dia 3 maio, Bolsonaro surpreendeu os novos comandantes ao comparecer à reunião do Alto Comando das Forças, que reúne todos os oficiais-generais de último posto do Exército, Marinha e Aeronáutica.

O evento, na Escola Superior de Guerra, em Brasília, tinha o objetivo de discutir um assunto de grande interesse dos militares: o orçamento destinado às Forças e as medidas para retomar projetos estratégicos paralisados por cortes de verba.

Em geral, esse tipo de reunião é comandado pelo ministro da Defesa, agora o ministro Braga Netto, e não conta com a presença do presidente da República.

A ida de Bolsonaro ao encontro foi uma tentativa do ex-capitão de aproximar-se dos novos comandantes e sondar-lhes os ânimos — em especial, do chefe do "seu" Exército.

O presidente não está sozinho nessa tarefa. Auxilia-o o deputado Eduardo Bolsonaro.

No dia 11 de maio, o filho Zero Três do presidente esteve com o general Paulo Sérgio no quartel-general do Exército —onde foi com a declarada missão de falar sobre projetos de liberação de armas e a disfarçada incumbência de perscrutar a opinião do comandante da Força sobre a conduta do STF, que no passado o deputado disse que bastaria "um cabo e um soldado para fechar.

Por Thaís Oyama

Fonte: UOL

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Uece dá entrada na Anvisa para autorização de testes da vacina contra Covid-19 em humanos

Em postagem nas suas redes sociais, o governador do Ceará, Camilo Santana, anunciou que o Ceará está em estágio avançado para ter a sua própria vacina contra a Covid-19, e o Estado já deu entrada com o processo para aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na aplicabilidade de testes com humanos. Ao seu lado estavam o secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), Inácio Arruda, e o reitor da Universidade Estadual do Ceará (Uece), professor Hildebrando dos Santos Soares.

“Estive reunido com a Secretaria da Ciência e Tecnologia discutindo projetos de inovação tecnológica e investimentos para as nossas universidades estaduais. Inclusive, reforcei ao reitor da Universidade Estadual do Ceará, professor Hildebrando Soares, que o Governo do Estado continuará dando todo o apoio necessário para a vacina contra a Covid que está sendo desenvolvida pela Uece. A vacina está na fase de pré-teste e agora aguarda o credenciamento da Anvisa para o avanço das fases. O Ceará é um dos estados que mais investem em ciência e tecnologia no país, reafirmando nosso compromisso com a educação e a pesquisa científica”, ressaltou o governador, que também lembrou das muitas vidas salvas pelo Capacete Elmo na pandemia, que funciona como respirador de baixo custo, e foi fruto de outra pesquisa cearense.

Nesse momento a vacina encontra-se na fase clínica, e, após aprovação da Anvisa, deverá ser dividida em três etapas. Na primeira, os testes serão realizados com, aproximadamente, 100 pessoas adultas, de 18 a 60 anos de idade, sem comorbidades. Na segunda etapa, será a vez de pessoas acima de 60 anos, com comorbidades. Na terceira, os testes serão aplicados em milhares de pessoas, com perfis diversificados.

Para o reitor da Uece, essa vacina é produto do trabalho e dedicação de nossos pesquisadores dentro da Uece, motivo de orgulho para o Ceará. “Estamos numa fase avançada dessa vacina para humanos, que é um produto tecnológico, aguardando os estudos finais, e saímos aqui dessa reunião com o governador com a autorização de todo o apoio necessário do Governo do Ceará para que esse projeto possa avançar”, comemorou.

Vacina HH-120-Defenser
Iniciada em abril de 2020, a pesquisa da Universidade Estadual do Ceará (Uece) para o desenvolvimento de vacina contra a Covid-19 se prepara para a segunda fase, que consiste na realização de testes em humanos. A pesquisa é desenvolvida no Laboratório de Biotecnologia e Biologia Molecular da Uece (LBBM), liderado pela professora imunologista Izabel Florindo Guedes.

Batizada de HH-120-Defenser, o imunizante cearense propõe uma nova forma de uso de um coronavírus aviário atenuado, que está no mercado há décadas e que não causa infecção em seres humanos. “Essa vacina é constituída por uma cepa de coronavírus muito parecida com o SARS- CoV-2, capaz de induzir uma resposta imunológica protetora contra o novo coronavírus. Ela não causa infecções em humanos. Por isso resolvemos usá-la”, esclarece a coordenadora do Laboratório, Izabel Florindo.

A primeira fase da investigação, com realização de testes em camundongos, foi concluída com sucesso, como destaca o pesquisador do LBBM/Uece e doutorando do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia (Renorbio/Uece), Ney Carvalho. “Obtivemos resultados promissores desse imunizante com camundongos. Esses resultados serão submetidos à Anvisa, com o intuito de iniciar a fase clínica, já que estávamos na fase pré-clínica, com os animais”. Agora chegou a hora de testar em humanos, para, com a possível conclusão da pesquisa desenvolvida pela Uece, o país contará com uma vacina de baixo custo.

“Uma pesquisa que saiu de dentro do nosso laboratório da Uece pode se transformar em um produto tão importante para tempos de pandemia, e isso só foi possível pelo apoio do Governo do Ceará, sempre garantindo os recursos e os meios para que a pesquisa possa continuar, e que resulte numa vacina que vai ajudar o combate à Covid-19 no Brasil e no Mundo”, apontou Inácio Arruda.

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Cidades do Cariri decretam isolamento social rígido para combater a propagação da Covid-19

As cidades de Barbalha, Jardim, Farias Brito e Iguatu, no interior do Ceará, decretaram isolamento social rígido como medida de enfrentamento à pandemia da Covid-19. Em Barbalha, Farias Brito e Iguatu as medidas valem a partir desta quarta-feira (12). Já em Jardim, o isolamento está em vigor desde a última sexta-feira (7).

Durante esse período, a circulação de pessoas fica restrita nos espaços públicos e privados, e apenas atividades consideradas essenciais não terão o funcionamento alterado nesses municípios.

Em Farias Brito foi determinado toque de recolher, ficando proibida a circulação de pessoas de segunda a sexta-feira, das 20h às 5h, e aos sábados e domingos, das 19h às 5h.

Essas quatro cidades estão na contramão da reabertura econômica promovida pelo Ceará a partir do dia 12 de abril, que permitiu o retorno do funcionamento presencial, em horário reduzido, dos setores de comércio, alimentação fora do lar e atividades religiosas. O decreto mais recente, anunciado pelo governador Camilo Santana na última sexta-feira (7), manteve o decreto que já estava em vigor e não avançou a reabertura econômica em outros setores.

Barbalha
Na cidade de Barbalha, apenas serviços considerados essenciais estão autorizados a funcionar, no horário de 6h às 20h, como farmácias, supermercados e postos de combustíveis. O decreto tem vigência até o dia 23 de maio.

Conforme Ícaro Monteiro, procurador do município, a medida foi tomada devido ao alto índice de da Covid-19 na cidade.

“A situação da pandemia se agravou, sendo necessário que a gente adotasse medidas mais rígidas no município e ante o quadro do aumento do número de casos e aumento do número de mortes, foi necessária a adoção de medidas mais rígidas do que o Estado vem propondo”, afirma o procurador.

Segundo Ícaro, as medidas serão fiscalizadas por agentes da prefeitura e, em caso de descumprimento, o decreto prevê aplicação de multas e suspensão do funcionamento por até 30 dias.

Barbalha passa por dificuldades no atendimento devido à grande quantidade de pacientes com o novo coronavírus, inclusive, o Hospital São Vicente de Paulo corre o risco sem leitos de enfermaria para pacientes com Covid-19. Isso porque a prefeitura do município possui um convênio com a unidade e segundo a atual gestão faltam recursos financeiros para manter a parceria.

O procurador afirma que a secretária de Saúde da cidade está em Brasília em busca de recursos para que esse convênio seja renovado.

Farias Brito
Em Farias Brito, a medida vale até o dia 19 de maio. Entre as determinações do decreto, está o toque de recolher, ficando proibida a circulação de pessoas em espaços públicos de segunda a sexta-feira, das 20h às 5h, e aos sábados e domingos, das 19h às 5h.

O horário de funcionamento das atividades comerciais não essenciais em Farias Brito foi reduzido e passa a funcionar das 7h às 13h, depois desse horário essas atividades ficam permitidas somente por delivery. Prestadores de serviço de salão de beleza e estética estão autorizados a funcionar de 10h às 16h.

Fica suspenso na cidade o funcionamento de bares, estabelecimentos privados que ofereçam banhos públicos, como os localizados próximos a rios e açudes, atividades presenciais em estabelecimentos de ensino público e privado, festas, atividades físicas coletivas em espaços públicos e privados, comercialização de bebida alcoólica, entre outras medidas.

Jardim
Em Jardim, a 85 quilômetros de distância de Fortaleza, o isolamento social rígido também fica em vigor até o dia 16 de maio.

A cidade está em isolamento desde a última sexta-feira (7).

Iguatu
Na cidade de Iguatu o isolamento social rígido fica em vigor até o dia 16 de maio, conforme o atual decreto. Durante o período, os comércios de rua e serviços, inclusive escritórios em geral, funcionarão de 7h às 13h, com limitação de 40% da capacidade de atendimento simultâneo de clientes.

Fica suspenso o funcionamento dos estabelecimentos de ensino ou quaisquer outros ambientes educacionais, públicos ou privados, para a prática de atividades presenciais. Porém, permanecem liberadas as aulas práticas em cursos de nível superior da área da saúde.

Fonte: G1 CE

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Sítio Caldeirão, palco de um dos maiores massacres do Brasil, deverá ganhar Memorial no Crato

Há 84 anos, no dia 11 de maio de 1937, as Forças Armadas e a Polícia Militar do Ceará, sob ordem do Governo Federal, invadiram a comunidade do Caldeirão da Santa Cruz, em Crato. Parte dos seus moradores foram mortos e os sobreviventes expulsos de suas terras. Seu líder, o beato José Lourenço, e seus seguidores fugiram. Este sítio, localizado a 33 quilômetros da sede do município, que foi palco de um dos mais importantes episódios da história cearense, deverá ganhar um memorial, como planeja a Secretaria de Cultura do Município.  

“É uma dívida que os gestores do Cariri, especialmente do Crato, têm. Precisamos criar uma referência, um espaço de conservação e difusão do que foi o Caldeirão. Não se pode deixar que essa memória se perca”, justifica o secretário de Cultura de Crato, Amadeu de Freitas.  

O projeto da pasta é que, dentro do espaço do Caldeirão, seja feita um circuito, conhecendo os patrimônios que ainda permanecem de pé, como a Igreja de Santo Inácio de Loyola e as ruínas da casa do beato José Lourenço. 

"Quem tem interesse na história do Caldeirão, tem interesse de ver o local. A relação com o ambiente, com aquele espaço. Tem poucas ruínas, mas ir ao local é outra sensação."
Amadeu de Freitas, secretário de Cultura de Crato

Investimentos
Para isso, a Secretaria trabalha para conseguir recursos. “Isso depende de investimento, mas é possível. Além disso, precisamos melhorar as condições de acesso até lá”

Lá, vizinho à Igreja, há um prédio construído pela prefeitura na última década que serve de apoio durante a Romaria, em setembro, e que poderá ser aproveitado. “Talvez seja adaptado. Vamos tentar uma parceria com a Secretaria de Cultura do Estado e a Urca [Universidade Regional do Cariri]. A academia deve ter uma contribuição muito grande, porque um projeto desse requer uma pesquisa”, acredita o gestor.  

Esse levantamento deve ter início ainda este ano, enquanto o memorial depende de recursos. Além disso, Amadeu apresentou a proposta, no último mês de abril, à Secretaria de Cultura do Estado. “A pandemia trouxe muitas dificuldades e temos priorizado, no momento, garantir condições para nossos artistas populares e fazedores de cultura neste momento complicado”, explica. 

O massacre do Caldeirão
A história do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto começou no final do século XIX, quando o agricultor José Lourenço Gomes da Silva, peregrino paraibano, migrou até Juazeiro do Norte e se tornou um beato de confiança do Padre Cícero. O sacerdote arrendou uma terra do Sítio Baixa Dantas, em Crato, onde José e os flagelados que chegassem ao Cariri pudessem prosperar na agricultura comunitária e na fé. E assim aconteceu até 1926, quando as terras foram vendidas.   

Depois disso, o Padre Cícero cedeu uma de suas propriedades na fazenda conhecida como “Caldeirão dos Jesuítas”, local que teria sido esconderijo dos jesuítas no século XVIII, onde recomeçam o trabalho comunitário com base na religião. Liderados pelo beato José Lourenço, lá, a produção era dividida igualmente e o excedente era vendido para compra de outros produtos, como remédios e querosene. 

A seca de 1932 é lembrada, tanto na literatura como na oralidade, como uma das mais perversas que castigou o Nordeste na primeira metade do século XX. Foi esse fenômeno de escassez de água e alimento impulsionou o crescimento do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, que chegou a receber 1.700 pessoas.    

Temendo que a comunidade se tornasse um movimento messiânico, o Governo Federal, ordenou, em setembro de 1936, a primeira invasão à comunidade, que foi dispersada por forças policiais. Em 11 de maio de 1937, dessa vez foram as Forças Armadas, que bombardearam e destruíram a comunidade. Nove anos depois do episódio, José Lourenço morreria em Exu, vítima da peste bubônica.  

“Foi uma experiência importante te como enfrentar as dificuldades da seca, do Semiárido e de forma coletiva, partilhada”, exalta o secretário de Cultura do Crato, Amadeu de Freitas. “O Caldeirão foi massacrado por pura ignorância, mas é uma referência de como a sociedade pode ser organizar de forma diferente”, completa. 

Em setembro, a comunidade recebe milhares de visitantes na chamada Romaria da Santa Cruz do Deserto. Sua 20ª e última edição aberta ao público, em 2019, reuniu cerca de 3 mil pessoas. O evento foi criado por entidades eclesiais de base, pensando em resgatar a história de uma comunidade “de certa forma abafada”, confessou o padre Vileci Vidal, um dos idealizadores. 

O sacerdote acredita que é necessário, além do memorial, a criação de projetos que sejam convenientes com as comunidades “e sejam uma expressão daquilo que foi o Caldeirão”, adverte Vileci. Ele enumera que já houve outras iniciativas da administração pública, mas que não tiveram continuidade com o passar das gestões. “Houve até uma tentativa da Universidade Federal do Cariri administrar o espaço para ser uma área de pesquisa e fomento de experiências agroecológicas e isso tem tido dificuldade”, pontua. 

Mesmo assim, elogia a intenção de criar o memorial para valorização da experiência que foi o Caldeirão da Santa Cruz. “Essa comunidade tem uma força de vínculo pela fé, que vai determinando o histórico, no sentido produção de grande escala e organização que se dá na convivência em comunidade. Essa história não pode morrer”, finaliza Vileci.  

Criação de Unidade de Conservação estagnou 
Há alguns anos, o poder público e pesquisadores discutem transformar o Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, em uma Unidade de Conservação (UC) e, futuramente, em um geossítio que integre o Geopark Araripe. Seu tombamento nacional também já foi pensado. A primeira iniciativa aconteceu em outubro de 2017, com a realização do seminário “Caldeirão da Santa Cruz do Deserto: uma construção coletiva”, que contou com a presença do secretário de Meio Ambiente do Ceará, Artur Bruno.   

O primeiro passo foi a conclusão do georreferenciamento, realizado pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Territorial de Crato (SEMADT), concluído em 2018. O atual titular da pasta, Stephenson Ramalho, que assumiu a gestão no início deste ano, conta que está retomando a discussão junto com o conselho e a criação da UC está no planejamento.  

Uma das coisas que facilita este trabalho é que a área, composta por cerca de 70 hectares, pertence à Prefeitura de Crato. O principal empecilho, hoje, é o tipo de unidade que será criada. A tendência é que o Caldeirão se torne um Monumento Natural de Interesse Cultural e Ambiental, classificação destinada para a preservação de lugares singulares, raros e de grande beleza cênica, permitindo diversas atividades de visitação.

“Com a pandemia e a demanda reprimida, ainda não conseguimos avançar. Uma das nossas preocupações não é só criar, mas manter. É que sejam sustentáveis financeiramente. Só criar é arriscado e pode causar conflitos locais. Precisamos retomar o diálogo com a população e trazer algo bom para quem se mantém lá”, acredita Ramalho.  

Já a criação do novo geossítio, que seria dentro de uma parcela destes 70 hectares, também estagnou. De avanço, teve a conclusão do inventário geológico, exigido pela Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura (Unesco). “O levantamento inicial feito pela Prefeitura não atendeu as necessidades do projeto de criação. Falta fechar o perímetro e um trabalho de altimetria. Solicitamos que fosse complementado. O Município se mostrou empenhado”, detalha Nivaldo Soares, diretor-executivo do Geopark Araripe.  

A criação do geossítio só se dará após a criação da UC, que dá maiores garantia de conservação aquele espaço. A URCA tem apoiado o trabalho de diagnóstico e elaboração dos relatórios exigidos. “Quando veio a pandemia, a coisa parou total. Para a gente, é interessante a UC. Espero que haja uma retomada para estar com o projeto todo pronto. Faltam ainda esses detalhes do mapa”, acrescenta. 

Por Antonio Rodrigues

Fonte: Diário do Nordeste

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Iniciativa do Governo do Ceará conscientiza para doações de alimentos a famílias de baixa renda

Parceria do Governo do Ceará, Sistema Fecomércio, Aprece e APDMCE, lançada nesta terça-feira (11), prevê que as pessoas a serem vacinadas possam levar alimentos da cesta básica para doar a entidades de todo o Estado. Objetivo é ampliar a ajuda a famílias em situação de vulnerabilidade que têm sofrido com a pandemia de Covid-19 através da experiência de ações como o Mais Nutrição e o Mesa Brasil

Muitas mãos em prol do apoio ao próximo. Agora, quem for vacinado contra a Covid-19 no Ceará pode celebrar a imunização de forma solidária. Levando alimentos não-perecíveis, que serão encaminhados às famílias em situação de vulnerabilidade do estado na campanha Vacinação Solidária. O lançamento ocorreu na tarde desta terça-feira (11), através das redes sociais do Governo do Ceará, em solenidade com a participação do governador Camilo Santana, da primeira-dama Onélia Santana, do presidente da Assembleia Legislativa do Estado, que também é parceira na campanha, Evandro Leitão, da vice-governadora Izolda Cela, do presidente do Sistema Fecomércio, Maurício Filizola, entre outras autoridades.

A ação é uma parceria do Governo do Ceará, via Secretaria de Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS) e Programa Mais Nutrição, com a Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), Sistema Fecomércio e Associação para o Desenvolvimento dos Municípios do Estado do Ceará (APDMCE). A Campanha Vacinação Solidária incentiva as pessoas que forem se vacinar contra a Covid-19 a levar 1kg de alimento não-perecível da cesta básica (arroz, feijão, macarrão, leite em pó, dentre outros) para que seja doado a entidades carentes, e assim, ajudar as famílias em situação de vulnerabilidade de todo o Ceará. A doação não é obrigatória, ajudando apenas quem puder ou quiser colaborar.

A primeira-dama do Estado, Onélia Santana, que está à frente da campanha, ressalta a importância da solidariedade neste momento. “Esse é um chamamento de amor, é um chamamento de fraternidade. É pra se unir a essa campanha. E sempre pensando no mais vulnerável”. E ainda completa: “É uma campanha que une vários setores em prol do bem comum, de servir as pessoas que estão em vulnerabilidade social. Então, eu convido a todos vocês que ao se vacinar, não é obrigatório, mas ao se vacinar, que queira ajudar a quem precisa, leve um quilo de alimento”.

Ampliação dos programas sociais
A Campanha Vacinação Solidária será uma forma de ampliar ainda mais a ajuda às pessoas em situação de vulnerabilidade no Ceará. O Governo do Estado já tem em execução programas sociais de transferência de renda que vêm ajudando famílias carentes. Exemplos são a ampliação de beneficiados com o Cartão Mais Infância, que abrange 150 mil famílias em 2021, em um investimento de mais de R$ 140 milhões, e a distribuição de botijões de gás, que tem contemplado cerca de 255 mil famílias e investido mais de R$ 17 milhões. Há ainda o pagamento de contas de energia elétrica, de água (Cagece e Sisar), isenção da taxa de contingenciamento de água e o auxílio catador.

“Nós sabemos todos que estamos diante de um momento desafiador, que é a pandemia. Momento que tem exigido muita união de todos nós, do setor público, do setor privado, da sociedade civil organizada, da academia, em busca de superarmos essa pandemia que afeta o mundo inteiro”, pontuou o governador Camilo Santana, ao apresentar a Campanha Vacinação Solidária.

A entrega deve ser feita nos locais de vacinação dos municípios que aderirem à campanha. Atualmente, são 2.320 destes pontos de vacinação em todo o Estado. Os municípios que participam da Vacinação Solidária se comprometem com os termos de adesão, divulgando a ação e seguindo as orientações sanitárias para a segurança nas distribuições dos itens às famílias cadastradas em programas sociais, como o Bolsa Família e o Mais Nutrição. Ao receber a doação, um representante da família assinará recibo comprovando o recebimento da cesta básica.

Divisão dos municípios
Os municípios do Ceará serão divididos em três grupos, cada um obedecendo um fluxo de distribuição das doações. O primeiro será composto por municípios com menos de 50 mil habitantes e será o maior deles. O segundo terá municípios entre 50 mil e 100 mil habitantes. E o terceiro será composto por municípios acima de 100 mil habitantes. Cada um desses grupos de fluxo terá a mesma padronização na distribuição das doações.

O Mesa Brasil, programa de segurança alimentar e nutricional do Sesc, que por sua vez é o braço social do Sistema Fecomércio, fará o treinamento das pessoas que vão trabalhar no recebimento dos alimentos, na montagem das cestas básicas e na distribuição, além de ficar responsável também pelo monitoramento de todo o processo.

Haverá ainda a mobilização dos setores empresariais, da indústria e produtivo para doações, inclusive em dinheiro, para a compra de alimentos que serão destinados também para as famílias de baixa renda contempladas na Campanha Vacinação Solidária.

Serviço
Para mais informações sobre a campanha, basta entrar em contato com o Programa Mais Nutrição, através do telefone: (85) 99113.2246 (Mais Nutrição) ou (85) 99662.9158 (Mesa Brasil) ou doar pelo Pix: mesabrasil@sesc-ce.com.br. O site é o vacinacaosolidaria.ceara.gov.br.

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