Volta de Lula nas eleições de 2018 gera controvérsias entre aliados

O governo Dilma Rousseff mal começou seu segundo mandato. Entretanto, nomes ligados ao Planalto já anunciam: Lula é o candidato do PT para 2018. “Ele é o meu candidato, sempre foi. Não tem essa discussão no PT. Quem está no coração da militância do PT é Lula”, declarou o ministro-chefe da Casa Civil, Aloízio Mercadante (PT), já descartando seu nome para a disputa.

O chefe de gabinete da presidente, Gilberto Carvalho, também deu declarações nesse sentido. “Não sei se ele quer, mas eu quero muito. Lula faz bem ao povo brasileiro”, declarou o então ministro, em 2013, durante entrevista para o Brasil Econômico.

A fala, entretanto, encontra críticas dentro do próprio partido. Uma delas vem do vice-presidente da legenda, o deputado federal José Guimarães. “(Esse tipo de fala) é um desserviço ao governo da presidente Dilma”, afirma. Para ela, a função de ministro é “governar o país junto com a presidenta”. A prioridade da legenda, para ele, deve ser a eleição municipal de 2016. Defende ainda que a discussão sobre a sucessão de Dilma é “prematura”.

De acordo com Guimarães, não existe discussão interna sobre o tema. “E se tiver, eu vou ser radicalmente contra”, arremata.

Entretanto, se um dos vice-presidentes do partido considera a discussão contraproducente, o presidente da legenda, Rui Falcão, já declarou publicamente seu apoio ao retorno de Lula. “Eu pessoalmente sou a favor que o presidente Lula seja candidato em 2018. Naturalmente, isso vai depender, primeiro, da disposição dele. Mas ele tem dito que sempre se colocará à disposição do PT”, declarou antes de café da manhã que reuniu petistas e aliados em São Paulo durante a campanha presidencial do ano passado.

Outro que, assim como Guimarães, considera esse tipo de discussão prematura é o também deputado federal André Figueiredo (PDT), membro da executiva nacional de seu partido. Entretanto, ele já adianta: em 2018, o PDT terá candidato próprio. “O partido vive para realizar seus projetos” afirma, completando que “não necessariamente (o PDT) seguirá o PT em tudo”. De acordo com o deputado, tal posição do partido independe “de o candidato ser o Lula ou não”. Ele afirma que partido ainda não tem nomes para encabeçar a chapa para a disputa ao Planalto.

“Se me encherem o saco, eu volto”
Apesar de, após a eleição, quando questionado pelo jornal Folha de S. Paulo, ter declarado em nota que sua única expectativa para 2018 é “estar vivo”, Lula chegou a declarar em 2013, durante almoço com aliados, que “se me encherem o saco, eu volto”.

Fonte: O Povo



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