Crato (CE): Morre no HRC um dos membros da Banda Cabaçal Irmãos Aniceto

A Assessoria de Imprensa do Hospital Regional do Cariri emitiu nota no início da tarde desta segunda-feira (12/01) comunicando o falecimento aos 82 anos de Antônio José Lourenço da Silva, que era conhecido popularmente como Mestre Antônio Aniceto. O óbito se deu pela manhã em um dos leitos do hospital e a causa da morte apontada foi um AVC (Acidente Vascular Cerebral) hemorrágico, agravado por insuficiência renal aguda.

Ainda de acordo com a nota, o Mestre Antônio estava internado no HRC desde o último dia 24 de dezembro e seu quadro era considerado grave. O artista já estava sob os cuidados paliativos da equipe da Unidade de Cuidados Especiais (UCE) do hospital. Ele integrava a famosa Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto, cuja origem remonta ao patriarca José Lourenço da Silva, já falecido e era apelidado por Aniceto.

Os três filhos herdaram o mesmo apelido. João José da Silva é o Maestro do grupo e toca zabumba; Raimundo toca pífano e é quem constrói os instrumentos da banda; e Antônio José Lourenço da Silva tocava pífano. Integram ainda os Irmãos Aniceto: Benedito Gomes de Souza que toca caixa de guerra e Cícero que toca prato. Hoje em dia a banda apresenta-se apenas quando é convidada o que ocorre com frequência em algumas cidades do Cariri, mas já tocaram em Roraima, Rio de Janeiro, São Paulo e Recife.

A família descende de índios Cariris e a banda reúne pessoas que desempenham uma performance única e que mescla o passo matreiro e intuitivo de cada um com modos ancestrais de dançar e imitar animais, aprendidos com as gerações indígenas da família. É essa performance que evolui em danças e trejeitos bem particulares que os diferencia de qualquer outra banda. Uma espécie de ritual secular que apresenta a força das coisas inéditas.

Os Irmãos Aniceto alcançaram considerável projeção regional, nacional e européia, inclusive brilhando ao lado de Hermeto Pascoal e do Quinteto Violado. Em 1998, participou de uma temporada de um mês e quatro dias no espetáculo “Ciranda dos Homens, Carnaval dos Animais”, do coreógrafo Ivaldo Bertazzo, no Teatro do SESC Pompéia (SP). A obra deles ganhou três registros fonográficos: um disco compacto pelo Ministério da Educação e Cultura (1978), um CD lançado pela Secretaria da Cultura do Ceará e “Forró no Cariri” (2004), além das participações em filmes e documentários para TV.

Demontier Tenório

Fonte: Miséria



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