Juiz revoga prisão temporária de farmacêutica Mirian França

O juiz José Arnaldo dos Santos Soares, da comarca de Jijoca de Jericoacoara, revogou a prisão temporária da farmacêutica Mirian França, 31, suspeita de matar a italiana Gaia Molinari, no dia 25 de dezembro. A decisão ocorreu na manhã desta terça-feira, 13.

O magistrado decidiu pela revogação da prisão após analisar informações enviadas pela Polícia Civil. De acordo com a decisão, a farmacêutica não poderá se ausentar do Ceará pelo prazo de 30 dias.

Ao analisar o caso, o juiz alegou que que as contradições apresentadas em depoimento não seriam suficientes para a prisão. Além disso, apontou inexistência de razões fundamentadas que comprovem autoria ou participação da farmacêutica no crime. O magistrado levou em consideração que a carioca possui profissão definida, endereço fixo e não tem antecendentes criminais.

"Vejo que a prisão da requerente exauriu sua finalidade, não se mostrando mais imprescindível às investigações, sobretudo porque é possível a aplicação de outra medida cautelar menos gravosa, mas que atingirá a mesma finalidade, em atenção ao princípio da proporcionalidade”, disse José Arnaldo.

Na última quinta-feira, 8, o juiz solicitou os documentos sobre a prisão da carioca para embasar sua decisão. A expectativa era que a decisão saísse na segunda-feira, 12, quando o prazo de 48h, estipulado pelo magistrado, para a Polícia Civil enviar as informações terminava.

De acordo com a Defensoria Pública, responsável pela defesa de Mirian, o órgão está esperando ser comunicação oficialmente sobre a decisão da Justiça. Em parecer, o Ministério Público se manifestou favorável ao pedido de revogação da prisão.

Prisão de Mirian França
A farmacêutica está presa há 14 dias. Mirian foi levada à Delegacia de Capturas e Polinter (Decap) no último dia 29 de dezembro. A prisão da carioca foi efetuada após contradições em seu depoimento.

Após o corpo de Gaia ser localizado, Mirian França foi encontrada pela Polícia na praia de Canoa Quebrada, no Litoral Leste, para onde viajou após prestar o depoimento do dia 26. Ela foi levada novamente até Jericoacoara, onde teve a versão contestada por outras testemunhas.

A prisão da farmacêutica Mirian França mobilizou mais de 6 mil pessoas pedindo a sua liberdade no Facebook. Movimentos sociais de defesa da mulher e do negro também têm realizado ações em prol da carioca. O grupo se reuniu com o delegado geral da Polícia Civil, Andrade Junior, para discutir a autuação da suspeita de matar Gaia Molinari.

Suspeita de participação no assassinato, Mirian França é carioca e não possui antecedentes criminais. Doutoranda da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no Instituto de Microbiologia, possui graduação em Farmácia e mestrado no curso de Ciências, também pela UFRJ.

Fonte: O Povo



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