Facilitadores do ProJovem no Ceará temem ficar sem dinheiro após paralisação do programa

Os mais de 200 funcionários que prestaram serviços de qualificação profissional na execução do programa ProJovem Trabalhador no Ceará continuam sem saber como irão receber o dinheiro referente aos dias trabalhados desde o último dia 26 de agosto.

A execução do programa foi paralisada pelo Instituto Mundial do Desenvolvimento e da Cidadania (IMDC) após a Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS) informar que iniciou o processo de rescisão do contrato celebrado com o IMDC, além de já ter suspendido o repasse de verba, devido a denúncias no âmbito federal.

O ex-presidente do Instituto, Deivson Oliveira Vidal, foi alvo da Operação Esopo deflagrada pela Polícia Federal ao ser acusado de desviar verbas de licitações firmadas com o Ministério do Trabalho e dez estados, incluindo o Ceará.

As dúvidas sobre o pagamento e o futuro do programa surgiram após todos os funcionários receberem um e-mail, na última quinta-feira (19), informando que as atividades do programa em todo o Estado deveriam ser paralisadas, devido à falta de recursos, segundo alegou o IMDC.

O facilitador Rafael Sousa atuou em Itapipoca durante o programa e é um dos profissionais preocupados com o impasse. "Nos informaram que o escritório do IMDC em Fortaleza está paralisado e, para recebermos nosso dinheiro, mandaram a gente procurar o escritório em Belo Horizonte. Não sabemos o que fazer. Teremos que ir até lá para conseguir nossos direitos?", questionou.

Rafael reclamou que todos os profissionais têm dificuldades para conseguir informações com o IMDC. "Fica a incerteza. O escritório de Fortaleza diz que não vai se responsabilizar. Trabalhamos até durante os sábados para tentar terminar a primeira fase do programa no prazo estabelecido. Também sentimos muito por causa dos alunos", lamentou.

A cozinheira Zelma Rodrigues também teme que tenha um prejuízo de pelo menos R$ 3.500 pela incerteza no pagamento dos serviços prestados.

Ela era responsável por fornecer lanches aos facilitadores e aos estudantes e revelou que, em nenhum momento, foi informada de como deveria proceder para receber o pagamento após o paralisação do programa."Não pagaram e nem me avisaram nada. Nem o telefone atendem" reclamou.

Secretaria diz procurar soluções
A STDS garantiu que, em parceria com a Controladora Geral do Estado (CGE) e a Procuradoria Geral do Estado (PGE), está buscando e analisando soluções técnicas e jurídicas para dar continuidade ao programa e aos cursos de capacitação, sem que haja prejuízos para os jovens e os facilitadores do ProJovem Trabalhador.

A reportagem também tentou entrar em contato com os escritórios do IMDC em Belo Horizonte e Fortaleza, mas não conseguiu até o momento da publicação da matéria.

Fonte: Diário do Nordeste



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