Crato (CE): Integração policial faz operações nas divisas

Comandos das polícias Militar e Civil do Nordeste estiveram reunidos na manhã de ontem, em Crato, para debater questões relacionadas à segurança e novas estratégias de atuação, durante a 20ª reunião da Operação Divisa Segura, criada há dois anos, para promover ações integradas no combate à criminalidade.

Questões como o tráfico de drogas e assaltos a bancos, que têm se tornado frequentes, principalmente em pequenas cidades do interior, foram foco das atenções da segurança, especificamente do serviço de inteligências das Polícias, que têm atuado no combate às quadrilhas interestaduais. Segundo o delegado geral adjunto da Polícia Civil da Paraíba, Isaías Gualberto, as reuniões têm debatido em que aspectos devem ser trabalhada a questão no tráfico, como forma de ter uma segurança mais efetiva, no intuito de não deixar a droga circular entre os estados.

Demandas
Conforme ele, várias demandas relacionadas às reuniões anteriores estão sendo trabalhadas, com prioridades. O delegado esteve na coordenação dos trabalhos. As reuniões têm sido realizadas em estados diferentes.

Desde que foi criada a Operação Divisa, conforme o delegado, tem sido mais facilitado o trabalho da segurança no Nordeste. E o objetivo foi o de integrar as forças policiais dos órgãos estaduais, principalmente por conta do crescimento da atuação de quadrilhas interestaduais. "É um modo cooperativo, como forma de atuar com a Polícia de Inteligência dos estados, além de formar uma base fortalecida de trabalho em todo o Nordeste", diz ele, ao acrescentar que atualmente esse modelo de atuação tem sido exemplo para o Brasil.

Uma das lutas atuais da operação é obter recursos para o fortalecimento da atuação integrada, e para isso foi assinado um termo de cooperação entre todos os secretários de segurança pública do Nordeste. Ele avalia os resultados do trabalho como positivo, principalmente com as ações desencadeadas nas barreiras policiais, com centenas de criminosos presos e mais de mil armas apreendidas. "E não só isso, mas a integração das polícias civis e a Inteligência integrada para compartilhar todas as ações dos criminosos, na segurança de todo o Nordeste", enfatiza.

A operação foi iniciada com a participação de quatro estados, incluindo o Ceará, Rio Grande do Nordeste, Pernambuco e a Paraíba. Com esse trabalho, conforme o delegado, se verificou a necessidade de ampliar e integrar os nove estados da região. Durante a reunião realizada em Crato, foram realizadas avaliações dos resultados do último encontro, como forma de verificar o que foi cumprido. "São questões que envolvem as mais diversas instâncias de trabalho. Há uma diretriz a ser seguida e é sempre importante termos a participação da Inteligência desses estados", diz.

Um dos pontos de debate está justamente voltado para as falhas e limitações de atuação, nas divisas, para tentar corrigir e agir na outra vertente de institucionalização da Operação Divisa, que tem trabalhado junto ao Conselho de Segurança do Nordeste (Consene), na interação voltada à minimizar à criminalidade.

Ao longo dos anos, o processo de integração tem se aperfeiçoado, conforme o delegado. Segundo ele, começou timidamente com a primeira reunião em Sousa, na Paraíba, e o último Estado a aderir foi o Maranhão. Mensalmente é escolhido um Estado diferente para sediar a reunião. Para Isaías, têm sido desenvolvidas diversas ações em conjunto para o combate ao tráfico de drogas nos estados da Paraíba e Rio Grande do Nordeste, e esses exemplos de trabalhos exitosos são replicados.

O foco de atuação é no combate às quadrilhas e assaltos, incluindo roubos e furtos, a bancos, além dos homicídios. "Queremos formar um cinturão mesmo de combate a tudo isso. Infelizmente o crack hoje é uma realidade nacional, que tem afligindo as capitais do Nordeste", destaca. Ele atribui a criminalidade crescente nas falhas também das fronteiras. "Muitos dos chefes de quadrilhas têm sido presos, e passam pouco tempo na prisão. Isso, de certa forma, tem atrapalhado o trabalho da polícia, em todo Nordeste", completa.

Para Hervano Macedo, a importância maior e o que tem surtido com as ações integradas são as prisões de muitas quadrilhas de assaltos a bancos. "Isso em virtude do planejamento das ações com a troca de informações além das divisas", afirma. Os estados do Nordeste saem de cada reunião com os dias que vão desenvolver ações nas divisas e faz uma análise do mês anterior para o trabalho no mês seguinte. "Hoje, não acredito que exista mais nem divisa, porque entramos nos estados com maior facilidade, com esse pacto, no momento que seja necessário, como se fosse uma polícia só, com a devida autonomia", disse.

Mais informações
20ª Reunião da Operação Divisa Segura
Município do Crato
CPI - Norte e Sul
Telefone: 0800 2753001

ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste



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