Cientistas europeus podem ter achado a “Partícula-de-Deus”

Essa é talvez a maior descoberta da Física desde a comprovação da Teoria da Relatividade de Einstein, em 1919, na cidade de Sobral. Mas dessa vez, o palco da nova era dessa ciência não é o Ceará, mas a fronteira entre a França e a Suíça.

É lá, onde o acelerador de partículas LHC (sigla inglesa para Grande Colisor de Hádrons, que foi apelidado de “máquina do fim do mundo”), detectou um tipo de partícula subatômica que foi teorizada em 1964 pelo cientista britânico Peter Higgs e que foi apelidada, quase trinta anos depois, de “Partícula-de-Deus” (a contragosto de religiosos e do próprio Higgs).

A descoberta do provável bóson de Higgs (nome oficial) foi anunciada nesta quarta-feira (04) em Genebra, na Suíça. A plateia composta por físicos de todo o mundo, contou também com a presença do próprio Peter Higgs, de 83 anos. O cientista foi às lágrimas após o anúncio: “estou bastante surpreso que isso aconteceu na minha vida – e eu certamente não tinha ideia que ia acontecer quando pensei 40 anos atrás”.

A “partícula de Deus” é tida como crucial para entender a formação do Universo, pois seria responsável por dar massa à matéria. Os dados obtidos pelo LHC revelam que na região de massa ao redor de 126 gigaelétron-volts (GeV, a unidade que mede massas subatômicas, equivalente a um próton) foi encontrada uma partícula subatômica. Não se tem certeza ainda se ela é ou não o bóson de Higgs, embora seja o mais provável, já que não era especulada nenhuma outra partícula para essa região.

O grau de certeza da descoberta foi classificado como 5 sigmas em dois detectores, o que significa que a chance de erro é de apenas 1 em 3 milhões. Conforme o Modelo Padrão da Física, os bósons são as partículas que interagem com outras e criam as forças fundamentais – forte e fraca, que atuam no núcleo atômico, e eletromagnética.

Higgs afirmou que a massa não seria das próprias partículas conhecidas, mas resultado da ação de um bóson que reage mais com umas do que com outras. As partículas colidem com o bóson de Higgs e ficam mais lentas, o que lhes dá massa – e isso difere elas das partículas de pura energia, como o fóton. Algumas colidem mais, outras menos, e isso explica a diferença na massa.

“Sem a partícula de Higgs, outras partículas como elétrons e quarks não seriam como são. Agora, os resultados surpreendentes do LHC, estão mostrando incríveis evidências experimentais da existência do Higgs”, afirmou Valentin Khoze, diretor do Instituto de Física da Universidade de Durham, Reino Unido.

Fonte: Diário do Nordeste

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