Ciro critica PT e diz que aliança nacional continua

Não existe relação entre a aliança firmada entre PSB e PT para as eleições nacionais e estaduais e as eleições municipais. A afirmação é do ex-deputado federal e ex-ministro Ciro Gomes (PSB-CE) que representou ontem em Brasília o seu partido na reunião da Executiva Nacional da legenda. Com esta avaliação, Ciro justifica o fato de PT e PSB não saírem juntos na disputa por prefeituras importantes como Recife, Fortaleza e Belo Horizonte.

Segundo ele, a proposta do PT de usar a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições municipais "é uma tentativa de sancionar as maluquices de um grupo", em uma clara referência à decisão da prefeita Luizianne Lins (PT) de lançar Elmano de Freitas para a sucessão municipal em Fortaleza.

O vice-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, avaliou o quadro nacional das coligações PT/PSB. "Aliança entre iguais compreende, como argamassa, independência que não rima com alinhamentos automáticos. Somos partidos que se respeitam. Aliado leal, o PSB cultiva seu próprio projeto, seus próprios objetivos e sua forma peculiar e socialista de buscar o poder na companhia das forças de esquerda fortalecidas pelo apoio das crescentes camadas progressistas e democráticas".

Sobre a aliança na capital paulista, Roberto Amaral afirmou que no encontro com o presidente Lula, sem atender a qualquer ordem de pedido e sem condicionantes, o PSB assegurou apoio a Fernando Haddad (PT). A palavra foi dada pelo presidente do partido Eduardo Campos.

"Demoramos a anunciar o óbvio, conhecido de toda a imprensa, porque queríamos entregar ao nosso candidato, como o fizemos, um partido unido e preparado. Ao cabo, oferecemos ao PT para a composição da chapa o melhor quadro de que dispúnhamos", disse, referindo-se à deputada Luíza Erundina.

Mais ácido, Ciro Gomes afirmou que o evento ocorrido com a presença de Paulo Maluf, que afastou Erundina do processo, "só ocorreu porque as pessoas envolvidas não conheciam a Erundina e fizeram o que fizeram sem um comunicado prévio", observou.

Amaral disse que "o desfecho de Fortaleza decorre da mesma lógica, pois igualmente atende à necessidade de preservamos em nosso campo a Prefeitura, necessidade ameaçada pela crise da administração municipal e a dificuldade de encontrar como candidato um nome que unisse as forças de nosso campo", concluiu o vice-presidente do PSB.

Belo Horizonte
Ciro fez ainda duras críticas ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), com quem sempre teve uma relação próxima, e ao PT, um aliado nos últimos anos. Ele declarou-se decepcionado com o comportamento do tucano nas costuras locais para definir um arco de alianças à Prefeitura de Belo Horizonte - onde PSB e PSDB alijaram o PT de uma aliança que já vigorava há quatro anos.

Sobre o PT, Ciro Gomes disse que o partido trabalha para "aniquilar" os companheiros, como PDT e PC do B. "O PSB não pode se prestar a esse papel".

Em outro momento fez uma crítica cara ao petismo: disse que a legenda está perdendo interlocução com os movimentos sociais ao tentar se comparar ao PSDB.

ANE FURTADO
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

Nenhum comentário:

Postar um comentário

AddThis