Hostilizados na Venezuela, senadores decidem retornar ao Brasil após protesto

Diante da dificuldade de sair do Aeroporto de Caracas, na Venezuela, para visitar presos políticos, a comissão de senadores que viajou ao país nesta quinta-feira (18) decidiu retornar ao Brasil sem cumprir a agenda planejada.

De acordo com a assessoria de imprensa do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que é um dos integrantes do grupo, os senadores tentaram ir a uma penitenciária, mas o trânsito estava muito ruim devido às vias que estavam bloqueadas.

Às 19h do horário brasileiro, os senadores já estavam dentro do avião para retornar ao Brasil. A previsão, segundo o senador Cassio Cunha Lima (PSDB-PB), é que o avião decole às 19h30 e leve 5h para chegar ao Brasil.

Senadores brasileiros em visita à Venezuela foram cercados por manifestantes em Caracas nesta quinta. O grupo de oito senadores foi à Venezuela para pressionar o governo do presidente Nicolás Maduro a libertar presos políticos e marcar eleições parlamentares.

Viajaram à Venezuela o presidente da Comissão de Relações Internacionais, Aloysio Nunes (PSDB-SP), além dos senadores Aécio Neves (PSDB-MG), Cassio Cunha Lima (PSDB-PB), José Agripino (DEM-RN), Ronaldo Caiado (DEM-GO), Ricardo Ferraço (PMDB-ES), José Medeiros (PPS-MT) e Sérgio Petecão (PSD-AC), segundo informações da assessoria do PSDB.

Aloysio Nunes publicou em sua conta no microblog Twitter que a comitiva decidiu retornar ao Brasil, diante da impossibilidade de cumprir a agenda programada para a viagem a Caracas.

O grupo ainda não decidiu se retornará em outra oportunidade à Venezuela. Segundo informações da assessoria do PSDB, os senadores optaram por aguardar a posição formal do governo brasileiro para tomar a decisão.

O G1 entrou em contato com a Embaixada da Venezuela e o Palácio do Planalto, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que o governo brasileiro "presta apoio" aos senadores, mas não que não possui informações sobre o que será feito. O Itamaraty aguarda decisão dos parlamentares para dizer o que fará sobre a viagem deles ao país.

De acordo com relatos de Aécio Neves (PSDB-MG), Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Aloysio Nunes (PSDB-SP) pelo microblog Twitter e pelo Facebook, o grupo foi "sitiado".

O senador Aloysio Nunes informou que a comitiva ficou "tentando sair das cercanias do aeroporto". "Ficamos por quase meia hora tentando sair das cercanias do aeroporto, mas fomos impedidos. Ouvimos duas justificativas esfarrapadas. A primeira foi a de que o impedimento se deu por causa do transporte de um prisioneiro vindo da Colômbia. A segunda foi uma acidente. Por essa razão, decidimos voltar ao aeroporto e esperar que se resolva esse imbróglio", postou.

Em sua conta no Twitter, Aécio Neves disse que os parlamentares foram “sitiados em via pública” e que a van em que eles estavam foi atacada por manifestantes. “Acabo de falar com o presidente do Senado [Renan Calheiros]. Ele fará um protesto formal sobre as agressões que sofremos e cobrará uma posição da presidente”, publicou o tucano.

Também por meio de sua conta no Twiter, Caiado disse que o grupo não conseguiu sair do aeroporto. "Não conseguimos sair do aeroporto. Sitiaram o nosso ônibus, bateram, tentaram quebrá-lo. Estou tentando contato com o presidente Renan", postou o senado.

Congresso
Os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmaram na tarde desta quinta que vão cobrar do governo brasileiro reação ao episódio de hostilidade relatado pelos senadores.

Renan disse que irá telefonar para a presidente Dilma Rousseff para cobrar uma reação “altiva” do governo brasileiro contra o episódio relatado pela delegação brasileira na Venezuela.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que a Casa “não concorda com nenhum tipo de agressão ou retaliação” contra quem quer que seja e que irá se “associar a qualquer tipo de reação”.

Na Câmara, diante das discussões sobre o episódio dos senadores na Venezuela, a sessão no plenário foi encerrada e a votação das desonerações foi adiada para a próxima terça-feira.

Fonte: G1

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