Dieta da sopa: entenda os riscos deste regime

Viagens para o litoral, casamento, formaturas, festas... Eventos como esse podem pirar a cabeça de algumas pessoas, principalmente aquelas que estão acima do peso ou desejam perder alguns quilos para vestir um vestido ou comprar uma roupa nova. Nesses momentos, a primeira coisa que veem à cabeça são dietas malucas, como passar semanas à base de sopas - um dos maiores erros de quem quer perder peso com saúde.

"Fazer de sua alimentação apenas sopas é monótono, desestimulante e não é nutricionalmente adequado", explica a nutricionista Roseli Rossi, da Clínica Equilíbrio Nutricional. Para a nutricionista Cristina Grandjean, do Spa Fazenda Igaratá, "uma dieta à base de sopa é muito radical e só deve ser orientada por um profissional quando houver realmente uma necessidade física". Confira os perigos dessa dieta.

Não dura muito
As nutricionistas afirmam que as pessoas não ficam muito tempo fazendo essa dieta, por ser muito monótona. "Em algum momento, a pessoa sentirá falta de mastigar e consumir outros alimentos", explica a nutricionista Roseli Rossi. Além disso, quando abandona uma dieta como essa, o risco da pessoa sofrer o efeito rebote e querer comer de tudo e em muita quantidade é grande - e isso reflete diretamente na balança.

Segundo Roseli, essa dieta pode ser utilizada por um período curto, talvez só para conseguir um estímulo inicial dentro do processo de emagrecimento. "Mas o ideal é introduzir mudanças de hábitos alimentares através de refeições saudáveis, convencionais e diversificadas", aconselha.

Faltam nutrientes
"Ainda que ela inclua todos os grupos alimentares, uma sopa nunca vai oferecer a quantidade total de vitaminas que o organismo precisa, pois muitas delas são perdidas ao ferver o alimento", explica a nutricionista Cristina Grandjean.

De acordo com a nutricionista Roseli Rossi, é importante seguir uma dieta que tenha todos os nutrientes e calorias necessárias para garantir o bom funcionamento do organismo. "Dieta monótona, com apenas um tipo de preparação, pode não ser adequada", conta.

Saciedade comprometida
Mesmo que a sopa contenha alimentos sólidos, a mastigação se dá de forma mais rápida e bem mais fácil. Além de o ato de mastigar ser importante para exercitar os músculos da face - que quando não utilizados por muito tempo podem atrofiar -, ele é essencial para o organismo entender que estamos comendo. "A mastigação informa ao cérebro que a pessoa está comendo, fazendo com que ele libere hormônios e substâncias que controlam a sensação de saciedade, ficando com mais fome", conta a nutricionista Roseli Rossi.

Alterações intestinais
Quando cozidas, as fibras dos alimentos perdem boa parte do seu efeito. "Assim, caso a alimentação não seja equilibrada com alimentos ricos em fibras (vegetais e verduras crus, cereais integrais, frutas) a função intestinal pode ficar prejudicada", afirma Roseli Rossi. O resultado de uma alimentação pobre nesses alimentos é nada menos que a prisão de ventre.

Os quilos perdidos voltam para a balança
Apesar de a dieta da sopa proporcionar até um quilo perdido a cada dois dias, o que está sendo eliminado não é gordura, e sim líquido. "Isso porque o organismo não identifica esse processo como perda de peso, e sim como restrição calórica", diz Cristina Grandjean. Por isso, caso a pessoa perca muitos quilos na base da sopa, é quase certo que ela ganhe novamente grande parte deles quando voltar à dieta regular.

Além disso, afirma Roseli Rossi, uma dieta muito restrita pode cansar a pessoa, fazendo-a ter mais vontade de comer outros alimentos, o que pode levar à compulsão alimentar em algum momento - e, novamente, aos quilos extras.

"É preciso manter um cardápio sempre equilibrado e com uma grande variedade de alimentos. Caso contrário, o ponteiro da balança tem tudo para subir novamente", alerta Cristina.

Metabolismo desacelerado
As sopas têm calorias bastante reduzidas e, por conta disso, acabam não suprindo a taxa de metabolismo basal - ou seja, o mínimo de energia que temos que consumir para nos manter em atividade. "Quando isso acontece, um mecanismo de defesa obriga o organismo a ficar mais lento e armazenar gordura", explica Cristina Grandjean.

Outro fator importante é o gasto energético que o corpo demanda para digerir os alimentos. "As sopas são de mais fácil digestão e, por isso, o gasto energético para digeri-la é menor comparado ao 'trabalho' que dá digerir o alimento in natura", afirma Roseli Rossi.

Roseli explica que há como utilizar de alimentos termogênicos na preparação, que ajudam o metabolismo a ficar mais acelerado. Alguns exemplos são gengibre e pimenta. "Mas, ainda sim, o organismo ficará comprometido", adverte.

Efeitos colaterais
O baixo teor de calorias e nutrientes da sopa deixa o corpo fraco e sem energias. "Isso vai gerar falta de energia, cansaço, dores de cabeça e degradação de massa muscular", conta Cristiana.

Também é muito comum as pessoas que fazem essa dieta reclamarem da ocorrência de gases e flatulências, além de o excesso de proteínas na sopa poder gerar uma sobrecarga renal. "Justamente por isso que as dietas ou elaborações de pratos requerem orientações de um profissional", alerta Roseli Rossi.

Inclua a sopa na dieta sem exagerar
A sopa não precisa ser excluída da dieta - pelo contrário. Tomar sopa uma vez ao dia, ou três vezes por semana, vai ajudar o organismo a emagrecer de forma saudável , mas desde que todo o resto da dieta seja equilibrada.

"A inclusão dos alimentos in natura e sólidos é importante para a mastigação, saciedade, prazer e estímulo intestinal", conta Roseli Rossi. "A forma como você consome o alimento não é o que determina o emagrecimento, e sim o valor calórico total ingerido por dia, seja na forma líquida, sólida ou pastosa."

Fonte: Minha Vida

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