Farias Brito (CE): Clima de insegurança ronda a cidade

Até mesmo os segmentos religiosos se ressentem da
situação: o padre Adalmiran Vasconcelos é de
opinião que os moradores de Farias Brito
estão correndo risco de vida 
O clima de insegurança publica que se instalou nesta cidade, na região do Cariri, está deixando a população apreensiva. Nos últimos meses, a cidade vem sendo alvo de uma onda de furtos, roubos, assaltos a estabelecimentos comerciais, escolas, churrascarias, estupros e até tiros em plena via pública. Além disso, o consumo de drogas cresceu consideravelmente.

O presidente da Câmara Municipal de Farias Brito, Chico da Betânia, afirmou que as ações criminosas acontecem até mesmo à luz do dia. O clima de intranquilidade preocupa os moradores e despertou a atenção da Câmara dos Vereadores.

"Nós precisamos de um contingente policial maior. Temos uma população de 20 mil habitantes, em uma área territorial com mais de 20 quilômetros quadrados. Dispomos apenas de dez policiais que se revezam em três turnos para cobrir todo o Município. O Programa Pró-Cidadania foi desativado, deixando, assim, a população menos assistida", declarou Chico.

A comerciante Antônia Ferreira Nogueira, proprietária de uma churrascaria na cidade, disse que está sem condições de trabalhar. "Recentemente, fomos assaltados à luz do dia. Os bandidos levaram R$ 1.960, meu talão de cheques, cartões de créditos, e, de forma audaciosa, anunciaram que voltariam para assaltar novamente".

Segundo Antônia, os distritos de Quincuncá e Cariutaba são dois dos mais afetados. "Os bandidos estão fazendo arrastões, roubando motos e residências, aterrorizando aquelas duas comunidades". Outro comerciante, Pedro Simon, também disse ter sido vítima de assalto. "Os assaltantes levaram R$ 8.000 em mercadoria. Precisamos que as autoridades tomem providências. Estamos indefesos. Nossos filhos universitários que vêm do Crato à noite, estão assustados. Os pais estão indo encontrar os filhos no ônibus, com medo deles retornarem sozinhos do ponto de ônibus até suas casas".

O vigário da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, padre Adalmiran Vasconcelos, entende que as pessoas podem estar correndo risco de vida. "A população do nosso município não tem mais um minuto de tranquilidade. A rotina das pessoas foi totalmente alterada. Até no horário de almoço, as residências são invadidas". O promotor de Justiça Cleiton Bantim da Cruz afirmou que o Ministério Publico do Ceará (MPCE) tem acompanhado de perto o problema.

"A população tem que estar ciente que aumentar o número de policiais militares é uma medida salutar. Porém, não suficiente. Temos que aumentar o contingente de policiais civis para se que possa investigar mais os delitos", afirmou.

Condenação
"A comarca de Farias Brito não tem um juiz titular desde janeiro deste ano. A PM está fazendo as prisões e a Justiça tem que soltar porque não há um juiz para julgar. Tem ações que não competem ao MP. A solução é a realização de uma audiência pública para tentar sensibilizar o secretário de Segurança Pública e cobrar a melhoria da PM e da Policia Civil", disse o promotor.

AMAURY ALENCAR
COLABORADOR

Fonte: Diário do Nordeste

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