Escândalo BNB: Três funcionários demitidos e 14 afastados

O Banco do Nordeste (BNB) demitiu três funcionários - dois dos quais terceirizados -, e afastou outros 14 colaboradores por envolvimento em irregularidades que estavam sendo investigadas pela auditoria do banco desde julho de 2011. As informações foram repassadas pela assessoria de imprensa do BNB, por telefone.

Foram atingidos gerentes e técnicos. As punições iniciais não afetaram nenhuma função de diretoria. Por recomendação da assessoria jurídica trabalhista do banco, os nomes das pessoas não estão sendo divulgados.

“Todos os que supostamente estavam envolvidos foram afastados, mas nem todos que foram afastados foi por causa de irregularidades”, informou a assessoria, citando o caso do ex-chefe de gabinete, Robério Gress. Segundo o BNB, não há acusação contra Gress.

“Robério foi afastado para possibilitar a apuração dos fatos com a máxima isenção. Não foi constatada nenhuma irregularidade contra ele. O que estão sendo investigadas são as operações. Ele não está sendo investigado por nada. Não foi afastado pelo mesmo motivo dos outros”, enfatizou.

Instabilidade
O BNB passa por um momento de instabilidade institucional, em função das denúncias do funcionário Fred Elias de Souza ao Ministério Público. A acusação é de um esquema de desvio de mais de R$ 100 milhões da instituição em empréstimos a empresas que usavam notas falsas, assinaturas fraudadas e laranjas.

Para o economista e ex-diretor do BNB, Firmo de Castro, os descaminhos não acontecem por acaso.

“Posso falar com autoridade, porque fui um dos autores do dispositivo constitucional que permitiu a criação do FNE (Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste). Na verdade, esses últimos 10 anos, 15 anos, o banco sofre com desvalorização institucional, porque a política de desenvolvimento regional foi extinta”, comenta o economista.

Para ele, desde a última grande crise do BNB, na administração Byron Queiroz, o banco perdeu força. “No fundo, o que se via era a ideia de quase se adotar a prática da extinção por inanição. Depois do Byron, iniciou-se a administração com esperança de que o banco se reerguesse. Infelizmente, o banco foi submetido a um processo de submissão político-partidário. O nível de competência do banco está muito aquém do que deveria ser”, critica Firmo, que também foi deputado federal.

Renovação
Para o ex-diretor, compor uma nova diretoria é uma obrigação, mas pode não ser o suficiente para fortalecer o BNB. “O mínimo é refazer a diretoria. Se não houver um reposicionamento do banco dentro da estrutura da instância federal, do papel que deve ter, papel que vai cumprir, também não adianta mudar só a diretoria”, sugere.

Firmo defende como fundamental haver um redesenho estruturante, na tentativa de surgir um banco regional moderno. “No BNB, a questão é muito mais ampla, simboliza muito mais do que a vida e a extinção dele”.

Fonte: O Povo

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