Crato (CE): 1ª fase da vacinação contra a febre aftosa segue até dia 30

Até o dia 30 deste mês, os criadores de bovinos e bubalinos deverão vacinar seus rebanhos contra a febre aftosa. A determinação é do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), prevista nas leis de sanidade animal. A campanha de vacinação, este ano, teve início no último dia 1º. Entretanto, desde maio, está sendo realizado em todo o Estado do Ceará o exame da sorologia epidemiológica para a avaliação de circulação do vírus da doença no território cearense. Para tanto, foram selecionados alguns aleatórios.

Os pecuaristas que não cumprirem as obrigações estarão passíveis de multas, no valor de R$15,00 por animal ou o dobro, caso seja reincidente ou não declarar a vacinação. Além de outras penalidades como ficar impedido de participar dos programas governamentais de financiamentos bancários, de transitar e transportar os animais para outras regiões.

Segundo informou o fiscal agropecuário Carlos Diógenes, esta é a primeira etapa da campanha contra a febre aftosa em 2012, a próxima acontecerá no mês de novembro. Em todo o Estado, mais de 2 milhões e 500 mil animais deverão ser vacinados. Na região do Cariri, 600 mil cabeças de bovinos e bubalinos devem ser imunizados. Cada pecuarista terá até o dia 15 de julho para declarar que realizou a imunização de seus rebanhos.

Para adquirir as vacinas, os criadores devem procurar as lojas de produtos veterinários credenciadas, exigir a nota fiscal do produto, contendo o número de doses, o lote, o laboratório fabricante e a validade da vacina, dados importantes para o lançamento da vacinação no Sistema Informatizado de Defesa Agropecuária (Sidagro). Após vacinarem todo os rebanhos bovinos e bubalino da propriedade, eles devem levar a nota fiscal da compra da vacina à um dos escritórios regionais da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ematerce) ou Adagri para declarar que efetuou a vacinação.

Nos municípios onde não há escritórios destes órgãos, o criador poderá informar os dados junto as Secretarias de Agricultura locais. O preço da dose da vacina varia entre R$1,40 a R$2,00. A qualidade das vacinas é fiscalizada pela Agência de Defesa da Agropecuária do Ceará (Adagri).

A campanha contra a febre aftosa é crucial para o desenvolvimento da pecuária no Ceará. Este é um passo importante para que aconteçam novos investimentos, financiamentos e projetos de melhoramento genético dos rebanhos, o que ainda não acontece devido às restrições atuais. As barreiras sanitárias também prejudicam as criações de outras espécies, como ovinos e caprinos, muito comum na região do Cariri.

O Estado está apto a passar da classificação de "risco médio" para o status de "livre com vacinação". Para isso, será necessário cumprir algumas exigências impostas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), como ter 100% dos rebanhos vacinados, transportar os animais com a posse do Guia de Trânsito Animal (GTA). Além da realização de ações de fiscalização contra a doença que atinge Estados do Norte e Nordeste.

Passando para o status de livre com vacinação, o Ceará poderá comercializar animais e os produtos derivados destes com todos os demais Estados do Brasil e também para o Exterior. Atualmente, o Ceará está impedido de comercializar e enviar rebanhos e produtos para os Estados que estão livres da doença.

Proibição
Já os rebanhos do Rio Grande do Norte e Paraíba foram proibidos de entrar em território cearense e também em Pernambuco, até que se adequem as exigências do Mapa. No Ceará, o último caso de febre aftosa foi registrado no município de Porteiras, há cerca de 17anos. Desde então, os órgãos competentes intensificaram as campanhas de monitoramento da doença. Para Carlos Diógenes, é inadmissível que ainda existam casos da doença.

"Ter um registro de aftosa é um retrocesso, já que a vacina existe há muito tempo. A doença pode ser evitada, se 100% dos rebanhos forem vacinados e isso é possível. É importante que os criadores se engajem nessa luta contra a doença", afirma.

A febre aftosa é uma doença virótica que compromete, fundamentalmente, o bem estar dos animais, provocando aftas na boca dos bichos e entre os cascos. É comum que os animais doentes apresentem inibição do apetite e dificuldades na locomoção.

Em casos de registros da doença, todo o rebanho terá que ser sacrificado e incinerado. Após esse procedimento é instalada uma barreira zooaftosanitária num raio de até 300 quilômetros do registro do foco para que as propriedades sejam cuidadosamente vigiadas.

Mais informações
Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA)
Av. Bezerra Menezes, 1820
Bairro São Geraldo
Fortaleza
Telefone:(85) 3101-8002

YACANÃ NEPOMUCENA
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

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