É possível ser feliz sem internet?

Não sou muito fã de escrever filosofando ou imaginando cenários, mas desta vez me vi nessa situação por dois fatores. Um diálogo que tive com uma amiga um pouco mais cedo, e uma situação que tenho passado nos últimos dias: PC e celular quebrados simultaneamente. Isso pautou nossa conversa e o que não sai da minha cabeça é: dá pra ser feliz se ficarmos sem internet?

A resposta que me vem à mente de imediato é sim, mas tenho algumas ressalvas, afinal o ser humano é nostálgico por natureza e sempre vai dizer que era melhor “naquele tempo em que…”

Hoje isso já acontece, muitos reclamam da impessoalidade, da distância das pessoas umas das outras, da falta de relação humana, em prol dos smartphones e comunicações ditas novas. Muitos passam o dia compartilhando imagens e textos dizendo que as crianças de hoje jamais saberão o que é jogar peão ou taco na rua, mas esquecem que enquanto empinavam pipa ou brincavam ao estilo old school, sonhavam com um vídeo game.

Com tanta hipocrisia descarada, fica complicado analisar gostos pessoais quando estamos nos baseando simples e puramente num contexto social, em que efeitos dominós ditam os gostos aceitáveis para a maioria. As pessoas nunca gostaram de pensar, só o faziam mais antes, pois não tinham a tecnologia para pensar por elas.

Não significa que a tecnologia é uma vilã fria e impiedosa, ela é muito útil e facilita nossa vida, não tem discussão nesse ponto, a discussão é o quanto o ser humano está deixando sua originalidade e personalidade de lado em favor de um conformismo exacerbado.

Se tem duas coisas que o ser humano é especialista, uma é buscar conforto em situações do dia a dia, a outra é achar função sexual em qualquer objeto ou ferramenta. Seria impossível a internet não fazer sucesso.

Mas o sucesso da internet, o conformismo e a dependência por ela, nos transformou num alvo fácil de imbecis reacionários que comandam a formação de opinião nessa merda que chamamos de social media. É uma cagação de regras atrás outra. Compartilhe isso, não faça aquilo, seja assim, iPhone = rico, Android = Pobre, Windows Phone = Burro… daí pra baixo. Neste cenário você é capaz de dizer que a internet é livre?

Qualquer novo movimento que fuja desse modelo é logo tratado como ideal bicho grilo coordenado por maconheiros comunistas que querem que o Brasil vire Cuba. É mais fácil higienizar a internet com regras e criar estereótipos do que ouvir opiniões diferentes.

Estamos deixando a internet caminhar para mesmo rumo de outros meios, ao mesmo tempo que estamos extremamente dependentes e expostos a ela, talvez por isso não acredite que possamos viver fora dela, tenho apenas a esperança de que um dia aprendamos a usá-la.

Fonte: Discorra

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