Entregue o abaixo assinado que pede a ampliação do horário de atendimento na Delegacia do Crato

Um movimento idealizado pelo advogado Luiz Carlos Saraiva mobilizou toda a sociedade cratense. Diante da dificuldade em se fazer um Boletim de Ocorrência na Delegacia Regional de Polícia Civil de Crato após às 18 hs, foi criado um abaixo-assinado para que a mesma funcione pelo menos até às 22 hs. Um grupo no Facebook foi aberto para esse fim. Em pouco tempo o grupo já conta com quase oitocentos membros.

Nesta quarta-feira (30), com a presença de autoridades e a sociedade em geral, foi entregue ao Delegado Flávio Santos o abaixo assinado. Ele garantiu que a partir deste final de semana a DRPC já funcionará em regime de plantão.

O Blog Cariri entrevistou o idealizador do abaixo assinado Luis Carlos Saraiva:

Blog Cariri – Qual fato desencadeou a ideia de criar um abaixo assinado para que a DRPC volte a funcionar pelo menos até às 22 hs?

Luis Carlos Saraiva: Tenho advogado pouco na área criminal, mas percebia a dificuldade imensa que causava o plantão das ocorrências relativas ao Crato serem atendidas em Juazeiro do Norte. Primeiro pela dificuldade de deslocamento de boa parte da população cratense. Urge dizer, que atinge principalmente o cidadão carente. Depois, porque as viaturas, juntamente com efetivo policial ficam no Juazeiro a disposição da ocorrência, favorecendo a criminalidade na cidade do Crato. No dia 14 de outubro, por volta das 19:00 hs,  fui acompanhar uma ocorrência do Crato no Plantão de Juazeiro, e encontrei um senhor, Alberto Figueiredo, visivelmente abalado, afirmando que já fazia mais de quatro horas que esperava atendimento.

Ora, funcionando só a Delegacia Regional de Juazeiro para Plantão, além das ocorrências das cidades de sua área, tem que atender a Cidade de Crato, e ainda absorver todas as 10 (dez) cidades que são vinculadas aquela mesma Delegacia, causando um congestionamento absurdo.

No outro dia fiz uma proposta no Facebook para fazermos um abaixo assinado para mobilizarmos um plantão para a cidade do Crato, o que logo foi absorvida a ideia pela população cratense.

BC – A ideia foi logo absorvida por autoridades e a sociedade em geral. O Sr. esperava uma repercussão dessas?

LC: Não esperava. Pelo menos, não da forma como ocorreu. No outro dia, por onde eu passava tinha gente comentando sobre abaixo assinado, que findou num grupo do Facebook, com mais de 753 adeptos, em menos de 15 (quinze) dias.

Outra coisa que me chamou a atenção. Que mesmo tendo sido marcado às 12:00 hs da última terça para a entrega do abaixo assinado ao Delegado Regional, às 11:30 já tinha mais de 50 pessoas na delegacia, ansiosas para o início do ato.

BC – O Sr. já obteve alguma resposta da Secretaria de Segurança Pública e Cidadania quanto a essa reivindicação?

LC: Já. Por parte do Diretor do DPI. Ele já autorizou o funcionamento aos finais de semana, e em conversa com o Delegado Regional, pediu ao mesmo para que encontra-se uma equação para que a mesma funcionasse pelo menos até às 22:00 hs na semana.

BC – O Sr. foi eleito vereador nas últimas eleições. Qual a contribuição que a Câmara Municipal pode dar no âmbito da Segurança Pública? E quais são suas propostas para esse setor?

LC: Uma reciclagem na guarda municipal com um programa participativo junto ao policiamento noturno, assim como apoio em diversos órgãos ligados a Segurança Pública, inclusive, a Justiça desta Comarca. Ora com uma justiça mais eficiente, teremos uma resposta imediata para a criminalidade, e assim, um menor sentimento de impunidade. Deixo bem claro, que todos estes órgãos vem exercendo dentro de suas condições, papel ímpar pelo desenvolvimento da segurança de nossa cidade.

BC – A cidade de Juazeiro do Norte vem crescendo vertiginosamente nos últimos anos e a violência acompanha esse ritmo tornando-a uma das mais violentas do interior. Quais medidas poderiam ser tomadas para que o Crato cresça sem violência? 

LC: Primeiro passo: Educação. Eu acredito que só a educação tem o condão de reverter este quadro a longo prazo. A médio e curto prazo. Investimento em segurança publica, e aparelhamento do Judiciário. Um programa sério de combate as drogas se faz urgente.

Foto: Facebook

Entrevista concedida a Samuel P. Teles

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