Defensoria Pública entra com pedido de revogação de prisão de suspeita de matar italiana

Uma comissão foi formada para atuar na defesa da turista do Rio de Janeiro, Mirian França, presa no último dia 29 de dezembro, sob suspeita da morte da italiana Gaia Barbara Molinari, 29, em Jericoacoara. A defensora geral Andreia Coelho e os defensores públicos Emerson Castelo Branco, Gina Moura e Bruno Neves, que constituem a comissão, já deram entrada no pedido de revogação da prisão da carioca.

O pedido foi feito no plantão da Região Norte, que hoje funciona no município de Cariré, e pode ser analisado ainda nesta terça-feira (6). Segundo a defensora Gina Moura, não existe indícios para que Mirian França seja apontada como autora do crime, portando ela não deve permanecer presa.

O defensor público Emerson Castelo alegou que a prisão da carioca é injustificável. "A prisão foi decretada com base em subjetividades. Ela (Mirian França) não é obrigada a ter memória fotográfica e as contradições informadas em seu depoimento foram mínimas, o que não a caracteriza como executora", informou.

Mirian França, apontada como principal suspeita do crime, assinou um documento se comprometendo a permanecer no Ceará até o fim das investigações, mesmo que saia da Delegacia de Capturas e Polinter (Decap). A comissão de defesa já analisava o caso desde de dezembro, mas só agora assumiram a defesa da turista.

A turista carioca alegou, em depoimento, que conheceu a Gaia Molinari em um hostel localizado no Centro de Fortaleza, e viajaram juntas para a vila, onde a estrangeira acabou sendo morta. Gaia trabalhava no hostel em troca da hospedagem. De acordo com informações de uma nota divulgada pela Polícia Civil do Ceará,  Mirian França foi presa após se contradizer em seus depoimentos, prestados na Delegacia de Proteção ao Turista (Deprotur).

Polícia Civil rebate críticas e planeja reconstituição de crime
A mãe de Mirian, Valdicea França, afirmou, em entrevista, que teve problemas para se comunicar com a filha e ainda caracterizou a prisão da carioca como um ato de preconceito, por ela ser negra.  A delegada adjunta da Deprotur, Patrícia Bezerra, rebateu as acusações e disse que Mirian teve direito a telefonemas, mas preferiu ligar para a orientadora do doutorado e para um amigo, "para não preocupar a mãe"

A delegada divulgou ainda o interesse em realizar até o dia 28 uma reconstituição do crime. Patrícia disse que o inquérito deverá ser concluído dentro do prazo de 30 dias e que já recebeu o resultado de alguns exames.

O caso 
A turista italiana Gaia Molinari, de 29 anos, foi encontrada morta no dia 25 de dezembro, na localidade do Serrote, na Praia de Jericoacoara, Litoral Oeste do Estado. A vítima trajava biquíni e estava com uma mochila nas costas quando foi encontrada. O corpo apresentava diversas marcas de espancamento. Um laudo apontou que a italiana foi morta por asfixia mediante estrangulamento.

Fonte: Diário do Nordeste

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