Dinheiro é uma das principais causas do fim dos relacionamentos, aponta estudo

Problemas conjugais relacionados às crises financeiras são uma das principais razões dos divórcios no mundo. Essa é a conclusão de pesquisas feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e universidades norte-americanas que ouviram milhares de casais para definir o peso que o dinheiro exerce sobre uma união. Os estudos descobriram que, quando tudo vai bem, os casamentos são um mar de rosas. Mas, quando imprevistos acontecem, o casal passa a viver em pé de guerra.

O fotógrafo Almir Martins, 41 anos, sentiu na pele como um relacionamento pode ser afetado pela falta de dinheiro. Ele conta que seu namoro de oito meses chegou ao fim por causa dos atritos gerados a partir desse tipo de conflito. “Eu estava bem financeiramente quando começamos a namorar; ajudava com as contas da casa dela e tudo mais. Mas as coisas foram ficando ruins; não conseguia mais fazer tudo que vinha fazendo por ela e começaram as discussões, cobranças, troca de farpas, até chegar ao momento em que rompemos”, relembrou.

Almir não está sozinho nesse momento de desilusão. Estudo realizado pela Universidade de Michigan (EUA) acompanhou 373 casais que estavam no primeiro ano de casamento e tinham entre 25 e 37 anos. A pesquisa coletou, periodicamente, informações sobre as crises conjugais ao longo de 25 anos. A conclusão foi que 49% das pessoas que se divorciaram afirmaram ter muitas brigas por causa de perfis econômicos diferentes e mentiras sobre gastos. Além disso, o comportamento controlador exercido por aquele com a maior renda também foi apontado como determinante para o fim do “felizes para sempre”.

A servidora pública Olívia Alves*, 27, quase viu seu conto de fadas chegar ao fim devido a uma crise financeira que acertou em cheio seu relacionamento de nove anos. “Os negócios do meu marido começaram a decair por causa da crise e eu acabei pagando a maior parte das contas de casa. Ele se sentiu mal por causa disso e não aceitava estar passando por dificuldades para sustentar a casa. Discutimos sobre machismo, nos afastamos, passamos a brigar constantemente. O diálogo com paciência foi o melhor caminho para a gente se entender”, lembrou.

Sentar para conversar também é o conselho da psicóloga Kátia Abreu, que atende casais em crise no relacionamento há quatros anos. Segundo ela, é comum as pessoas chegaram ao consultório se queixando da falta de tempo do cônjuge e de discussões frequentes. “Qualquer tipo de problema afeta a rotina de um casal. Não são incomuns os casos em que o relacionamento enfrenta crises por causa das finanças. Em geral, as situações mais ‘graves’ acontecem quando um é mais dependente financeiramente”, pontuou a especialista.

Adalberto e Ana Lúcia Aragão, 58 e 61 anos respectivamente, são casados há 32 anos e têm dois filhos. Elas dão a receita para enfrentar as crises e seguir com um relacionamento saudável. “Por conta da crise, a gente tem cortado o lazer. Todo ano fazemos viagens de carro pelo Brasil, mas, este ano, não fizemos e não vamos fazer por conta da crise”, contou ela. Adalberto é mais romântico: “A crise tem afetado muito nosso comércio. Diminuição de 20 a 30% no movimento. Deixamos de fazer alguns programas, mas a crise nunca vai afetar nossa relação porque ela é prioridade. O amor é prioridade pra gente.”

A psicóloga Kátia Abreu ainda alerta quais são os principais sinais de que algo não vai bem no casamento. “O casal costuma fazer atividades separadas, por exemplo, um vai dormir e o outro fica vendo TV. Isso também faz a libido diminuir e os momentos de carinho também. Por fim, as conversas acabam terminando em briga com muitas cobranças”, enumerou.

*Nome fictício para preservar identidade da personagem

Fonte: NE10

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