Barbalha e Fortaleza recebem a Marcha Mundial das Mulheres

Fortaleza e Barbalha recebem, de 15 a 16 de outubro, a 4º Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres (MMM). O estado, junto com o Rio Grande do Norte, encerra a ação que se iniciou no Brasil – e em diversos países –  em oito de março deste ano e já passou pelos estados de Tocantins, Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Alagoas.

A ação, que tem o objetivo de denunciar a Violência contra a mulher e aumento dos números de feminicídio no Ceará, terá início em Fortaleza, no dia 15 de outubro, com um ato público afirmando que “A violência contra a mulher, não é o mundo que a gente quer”. A concentração será às 15h, na Praça da Bandeira, no centro da cidade.

Depois do ato, as mulheres seguem para Barbalha, no Cariri, região marcada pelos altos índices de violência contra as mulheres. Na cidade será realizado, no dia 16 de outubro, o seminário “Seguiremos em Marcha pelo fim da violência em nossos corpos e territórios”, no Cine Teatro Municipal Neroly Filgueiras.

Mesas-redondas e oficinas compõem a programação do seminário, que contará com a presença de Nalu Faria, coordenação nacional da MMM. Por fim, um ato percorrerá as ruas de Barbalha, denunciando o machismo, a violência contra a mulher e visibilizando a luta cotidiana das mulheres que resistem ao agronegócio em seus territórios.

Débora Mendonça, da MMM-CE, explica que a violência contra a mulher está diretamente relacionada com o sistema capitalista, machista e patriarcal que vivemos e que explora o trabalho, o corpo, a vida das mulheres e os territórios por elas ocupados. “É esse sistema que estamos denunciando e lutamos até que todas sejamos livres.”, afirma a feminista.

Ticiana Studart, também militante da Marcha, pontua que houve avanços importantes como a Lei Maria da Penha e a tipificação do feminicídio como homicídio qualificado e crime hediondo, mas a rede de enfrentamento à violência contra a mulher ainda é muito frágil e merece mais atenção do poder público. “A cada cinco minutos uma mulher é agredida no Brasil. E a cada quinze, uma é morta. Não é esse o mundo que queremos”, afirma.

Para Mariana Lacerda, diretora de direitos humanos da União Nacional dos Estudantes (UNE) e militante da Marcha, a violência têm crescido principalmente com as jovens mulheres. De fato, pesquisa do DataSenado de 2015, mostra que a violência cresceu entre meninas de até 19 anos. “Muitos desses atos têm acontecido dentro das universidades, com trotes machistas, que expõem as meninas à violência e a crimes como o estupro. Isso faz com que as mulheres abandonem a universidade antes mesmo de começar ”, afirma a estudante.

A região do Cariri, lugar escolhido para a 4ª Ação Internacional, é uma das regiões do Ceará onde são assustadores os índices de violência contra a mulher. Conforme dados apresentados pela Central de Atendimento à Mulher do Cariri, pelo menos 220 mulheres foram mortas em municípios da região nos últimos dez anos. A maioria, assassinada pelo próprio marido ou companheiro, ou, ainda, por alguém com quem já havia mantido algum tipo de relacionamento. Crimes marcados, sobretudo, pela brutalidade e frieza dos seus executores.

Fonte: Marcha Mundial das Mulheres

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