Cultivo de frutas em área irrigada mostra sua força no Cariri

A agricultura irrigada tem reagido a cada ano com mais força no Cariri, com destaque para a fruticultura irrigada. No distrito de Missão Nova, em Missão Velha, o aumento do espaço de cultivo da banana tem chamado a atenção com a multiplicação das áreas de plantio nos últimos anos. Parte das terras cultivadas está com os grandes fruticultores, onde iniciou o incentivo para os agricultores perceberem o potencial da região.

Atualmente, são 125 famílias, além dos grandes produtores, que cultivam uma área de mais de 700 hectares. Os dados são da Empresa de Assistência Técnica de Extensão Rural do Ceará (Ematerce), que vem realizando acompanhamento dos pequenos produtores. Em Mauriti, além do cultivo da banana, há cerca de 25 hectares de manga em condomínios agrícolas. São mais de 70 famílias envolvidas.

Esses segmentos despontam com potencial de crescimento. Os produtores se animam com as possibilidades de ganho fora do período chuvoso, e querem investir mais através dos financiamentos governamentais. Os espaços de cultivo para os grandes produtores são de áreas de mais de 200 hectares, e os pequenos, em espaços que vão de 2 a 10 hectares. Os mini-poços são a saída para manter o cultivo.

Possibilidades
Segundo o técnico da Ematerce, Adauto Nunes Ferreira, os agricultores tem pensando em novas possibilidades no intuito de ampliar o cultivo, com mais água e energia. Em cada área, além do pequeno produtor, ele chega a empregar mão-de-obra para auxiliar na coleta e manutenção. A comercialização dos pequenos produtores chega a ser feita basicamente na região. A boa notícia é que até há alguns poucos anos, o Cariri não era autossuficiente na produção de banana para o mercado interno. O produto tinha que ser adquirido em estados vizinhos, como Pernambuco e Bahia. O rendimento da produção por hectare também anima. É de 25 a 30 toneladas.

Mercado
Os agricultores foram beneficiados com os mini-poços por conta da seca. A utilização estaria voltada apenas para os pequenos cultivos e o consumo de casa. Mas o trabalho vem sendo realizado sem muita tecnologia, o que não acontece com os grandes cultivos, a exemplo do Sítio Barreira, na Missão Nova.

Atualmente comercializa o produto não apenas para as grandes redes de supermercados da região, mas de outros estados e Fortaleza. São mais de 200 hectares, onde é feito uso de tecnologia apropriada para desempenho de atividades, desde o plantio, manutenção e coleta do produto. O técnico acrescenta que o crescimento no cultivo da banana tem feito com que a Região do Cariri desponte com uma das mais promissoras do Estado.

O aumento no cultivo se deu principalmente entre 2001 a 2004, mas continua avançando. Alguns produtores pretendem investir na renovação do plantio, além da modernização. Essa pelo menos é a meta do produtor Raimundo Paulo dos Santos. Para ele, o plantio de 1,6 ha, com 2 mil pés, tem sido a saída para o sustento da família em tempos de estiagem.

A comunidade do distrito de Missão Nova também obteve crescimento nos últimos anos. A renda com as bananas tem possibilitado investimentos na melhor qualidade de vida da população. Exemplo disse é a aquisição de transportes e também a compra de casas próprias, além de pequenas áreas de terra onde haja a possibilidade de aumentar o cultivo.

O rendimento numa área como a sua pode chegar a até 409 milheiros de bananas por ano, com um valor de R$ 49 mil, gerando em média R$ 4 mil mensais. O que equivale a uma boa renda para quem não tinha tanta perspectiva de cultivo na área. São pelo menos 300 famílias envolvidas na comunidade com a produção. O agricultor Luis José Soares, conhecido por Luiz Paz, desde 2007 decidiu investir na bananicultura. Antes plantava algodão e amendoim, mas essas culturas não foram tão promissoras quanto o pedaço de 1 hectare voltado para a nova vocação da comunidade.

ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste



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