Fruticultura irrigada no Cariri tem maior investimento na manga e uva

Alternativas na área da fruticultura irrigada estão sendo desenvolvidas em municípios do Cariri, a exemplo de Mauriti. Há quase duas décadas, produtores do sítio Coité, entre outras localidades, vêm experimentando o plantio de mangas, goiaba, caju e a banana. O maior destaque tem sido para os condomínios formados pelos pequenos agricultores, com o cultivo da manga. São cerca de 25 hectares do fruto. Já em Crato, Barbalha e Santana do Cariri, 13 produtores da agricultura familiar decidiram apostar no plantio de uvas.

Boa parte da produção da fruticultura regional tem sido absorvida pela Central de Abastecimento do Cariri (Ceasa), atualmente em funcionamento na cidade de Barbalha. No caso de Mauriti, conforme secretária de Agricultura, Abastecimento e Pecuária, Cida Bernardo da Silva, há também produtores que não estão incluídos nos condomínios, e possuem áreas de produção maior.

Diferença
Mesmo se utilizando da agricultura irrigada, houve uma queda na produção nos últimos anos, em virtude do quadros de seca. Ela calcula a participação nos condomínios com cerca de 70 agricultores.

A secretária admite que o cultivo irrigado tem feito a diferença, por manter a produção e postos de trabalho na cidade, mesmo em tempos de seca. "Através dos condomínios, fortalecemos a produção local", afirma. Mas ao mesmo tempo em que destaca a importância do associativismo, para o desempenho das atividades de plantio, há a preocupação com o potencial da agricultura irrigada na localidade, em virtude da oferta de água. Do final do ano passado até o começo de 2014, já foram encaminhados no município 21 projetos na área da fruticultura.

Colheitas
No caso do plantio das uvas, inicialmente, a área utilizada pelos produtores para o plantio dos parreirais é de cerca de um hectare na cidade de Crato. Embora pareça pequeno, o espaço é suficiente para uma produção estimada entre 25 e 30 toneladas de uvas por safra. A cada ano, é possível realizar até duas colheitas da fruta.

Investir na produtividade da uva demanda alguns custos. Para cada hectare plantado o investimento pode chegar até R$ 50 mil. Os valores são gastos, principalmente, na compra de arame para confecção de telas, estacas para fixação, além de aspersores e demais equipamentos para irrigação da área escolhida para o plantio. O lucro vem apenas a partir do segundo ano de produção. Cada planta tem vida útil estimada em até 40 anos. Quando a cultura é iniciada em um novo espaço produtivo, é necessária a aquisição de mudas da espécie escolhida para o plantio da fruta.

Na região, os tipos de uvas preferidos pelos produtores são a Niágara Paulista, Itália Melhorada e Benitaka. E possível, inclusive, adquirir mudas destas espécies na própria região do Cariri.

Confiança
No Sítio Romualdo, na zona rural de Crato, por exemplo, o plantio de uvas é feito pela família de Zeca do Romualdo.

A atividade foi iniciada em 2011 sem que, naquela ocasião, houvesse muita confiança do agricultor de que a nova cultura pudesse realmente gerar lucros e interesse de expansão da produção nos anos seguintes pela família. Hoje, no entanto, eles comemoram os bons resultados e já admitem ampliar a área de plantio a partir do próximo ano.

A orientação no manejo e do uso de tecnologias que possam favorecer aos agricultores na melhoria da qualidade da uva produzida é repassada pelo técnico agrícola Francisco Iran de Andrade, que além de trabalhar em um dos escritórios regionais da Empresa de Assistência Técnica de Extensão Rural do Ceará (Ematerce), também é produtor de uvas do tipo Niágara Paulista.

O aprendizado em relação à produção dos parreirais foi adquirido em Petrolina, no estado de Pernambuco. "Havia muita produção de uvas devido à facilidade do uso da água e a qualidade do solo", comenta o produtor.

Ele explica que a região do Cariri, embora apresente altas temperaturas constantemente, também possui solo propício para o cultivo de uvas e que existem mananciais suficientes para garantir o uso de irrigação nas plantações.

Custos
50 Mil reais é o investimento médio para o cultivo a cada hectare em uva. Os valores são gastos, dentre outros, para a compra de arame para confecção de telas e estacas.

ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste



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