Barbalha (CE): Produtores planejam retomada de usina

Produtores rurais da Região do Cariri comemoram a compra da Usina Manoel Costa Filho, pelo Governo do Estado, no valor de mais de R$ 15,4 milhões, em leilão realizado na última sexta-feira, pela Caixa Econômica Federal (CEF). A compra traz à tona uma discussão de anos, sobre a revitalização do cultivo da cana-de-açúcar na região. O valor inicial era de mais R$ 25,8 milhões. A usina foi desativada em 2005 e empregava, direta a indiretamente, mais de 4 mil pessoas. Uma das perspectivas é que o equipamento seja repassado aos produtores, por meio de cooperativa, e a revitalização do cultivo da cana fique para o Governo do Estado.

Na próxima semana, órgãos representativos do setor e produtores rurais deverão se reunir para debater os primeiros pontos relacionados à reorganização do setor para a produtividade e revitalização da cultura canavieira. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barbalha, Francisco Sérgio Pereira, afirmou que várias cidades da região, principalmente Missão Velha e a "terra dos verdes canaviais", como Barbalha ficou conhecida, dependiam do setor para sobreviver.

Com a desativação da usina, o êxodo rural aumentou significativamente. Em algumas localidades de Barbalha, com a área do distrito do Arajara, centenas de agricultores, que antes trabalhavam com o cultivo da cana e até mesmo diretamente na usina, estão em fazendas do interior de São Paulo, Bahia, Pernambuco, e até Paraná, conforme o presidente do sindicato. "Temos que voltar a reanimar esses produtores", disse ele. Segundo levantamento do Sindicato, atualmente são mais de mil agricultores do Município trabalhando em lavouras de outros Estados. "Mas, o número está bem acima disso, porque sai muita gente em transporte clandestino", afirmou.

O secretário de Agricultura de Barbalha, Elismar Vasconcelos, destacou que os produtores e ex-produtores estão animados, já que a compra agora é uma realidade. "Alguns dos produtores chegaram a buscar outras alternativas e planejam o retorno", disse. O secretário também defende o sistema de cooperativa como o mais viável para a usina.

ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste



AddThis