CE possui 9 hospitais capacitados para interromper gestação de anencéfalos

O Ceará é o segundo estado com o número de hospitais capacitados para realizar interrupções de gravidez em caso de anencefalia, informou, nesta sexta-feira, 13, o Ministério da Saúde. São nove hospitais da rede pública que já realizam interrupção de gravidez em caso de estupro ou risco de morte da grávida. Somente São Paulo possui mais unidades habilitadas, com 11 hospitais.

Segundo o Ministério da Saúde, existem 65 hospitais públicos no Brasil capacitados para fazer o aborto legal. Somente os estados do Paraná e de Roraima não têm unidades qualificadas para a intervenção. Até o final do ano, mais 30 centros médicos serão credenciados.

De acordo com o ministério, Paraná e Roraima irão receber centros especializados ainda em 2012. Quando um município ou estado não dispõe do serviço, os gestores locais devem providenciar o atendimento mesmo em outras localidades, segundo o governo federal.

O nome dos hospitais não é divulgado para preservar a identidade das mulheres e evitar represálias aos médicos. Em 2010, 1.684 abortos legais foram feitos na rede pública de saúde, conforme balanço do Ministério da Saúde.

Interrupção legalizada
O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou, na quinta-feira, 12, a legalização da interrupção da gestação de feto anencéfalo. Antes do julgamento, a mulher que optasse pela antecipação do parto nesses casos precisava autorização de um juiz. Agora, elas têm amparo legal.

Para o ginecologista e coordenador do grupo de estudos sobre aborto da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Thomaz Gollop, não deve ocorrer um aumento significativo de abortos no país por causa de gestações de anencéfalos. Segundo ele, a anencefalia pode ser diagnosticada em três meses de gestação e o parto pode ser antecipado a qualquer tempo nesses casos. “O tempo de gestação nesse caso não tem maior importância. O único bem a ser preservado é a saúde da mãe”.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) anunciou, nesta sexta-feira, a criação de uma comissão para definir critérios de diagnóstico de anencefalia em fetos. Formado por especialistas em ultrassonografia fetal, ginecologia, obstetrícia, genética e bioética, o grupo tem dois meses para apresentar o trabalho.

Anencefalia
A anencefalia é uma malformação no tubo neural que impede o desenvolvimento do cérebro e da calota craniana que, na maioria dos casos, leva à morte do bebê poucas horas depois do parto. O Brasil é o quarto país no mundo com a maior incidência de anencefalia – um para cada 500 gestações, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Fonte: O Povo

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