Barbalha (CE): Estiagem afeta preços na Ceasa

Há quase dois meses depois da inauguração, neste Município, a Central de Abastecimento (Ceasa) do Cariri ainda não está funcionando em sua totalidade, em todos os seus galpões, inclusive no espaço destinado aos agricultores familiares, que já estão preocupados com os preços dos produtos de sequeiro por conta da estiagem.

Segundo a gerência da Ceasa, neste ano, praticamente não houve comercialização de milho e feijão. Grande parte dos produtos que abastece o empreendimento do Governo, inaugurado no último dia 23 de fevereiro, provém dos Estados de Pernambuco e Bahia.

Alguns agricultores também reclamam da dificuldade de escoamento de produtos. Já o gerente geral, Leonardo Santos, afirma que muitos deles estão tendo a oportunidade de comercializar os produtos em atacado, e até dobrar as vendas. Porém, diz que há uma preocupação quanto à produtividade neste ano, o que reflete na oferta e nos preços. Durante a Semana Santa, o saco de feijão verde de 25 quilos chegou a custar até R$ 85,00. Mas os produtos de perímetros irrigados chegam a 80% da oferta no órgão, inclusive as frutas e as verduras.

Esse é o período do ano em que existe a entrada de produto de sequeiro. Segundo Leonardo, além das frutas de época como o caju e a manga, que também tiveram uma produção reduzida este ano na região. "O que podemos avaliar nesse momento é que o milho e o feijão ainda não chegaram na Ceasa", diz. Em dois galpões da central se encontra grande parte de vendedores de hortifrutigranjeiros do mercado do Pirajá, em Juazeiro do Norte, que se transferiram para o local uma semana antes da inauguração do estabelecimento.

Segundo o gerente, cerca de 90% dos vendedores já se transferiram para a Ceasa, mas ainda vem sendo feito um trabalho de incentivo para que mais comerciantes se desloque definitivamente para os galpões, inclusive com um trabalho de campo junto aos pequenos produtores.

Dificuldades
Dos 82 espaços destinados aos pequenos agricultores, apenas 20 ou 30 ficam ocupados nos dias mais movimentados, quartas e sábados. O agricultor Francisco José explica que, com a estiagem, há uma grande dificuldade em comercializar os seus produtos.

Leonardo Santos entende que o processo de ocupação e comercialização tem sido satisfatório, tendo em vista a quantidade de compradores de cidades de Estados vizinhos, como o Pernambuco e a Paraíba. A tendência é que essa clientela seja ampliada. Quanto ao trabalho com os agricultores familiares, ele ressalta que vem sendo realizados contatos para que a atuação em campo seja intensificada.

A meta é proporcionar incentivo aos produtores, com a proposta de conscientização para que eles desenvolvam nas comunidades a iniciativa de comercializar seus próprios produtos. Para Leonardo, a Ceasa veio proporcionar ao comércio do setor na região uma oportunidade de comercializar em uma área com segurança, estacionamento e vigilância, uma das grandes preocupações para quem chegava pela madrugada no lugar.

Segundo o Governo do Estado, foram investidos no equipamento R$ 11 milhões. A Ceasa foi inaugurada com a meta de fortalecer a produção e ampliar o comércio de hortifrutigranjeiros da região, o que irá possibilitar o abastecimento de 33 cidades do Ceará, Pernambuco, Bahia, Piauí e Paraíba.

Dos investimentos voltados para a Central, o Governo do Ceará entrou com 42,7% (mais de R$ 4,6 milhões), o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com 45,7%, (cerca de R$ 5 milhões) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário com 11,6% (R$1,2 milhão).

ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

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