"A Grande Família" está se tornando uma versão brazuca de Os Simpons

Quando um programa fica muito tempo no ar, os roteiristas têm que se virar para não deixar a peteca cair. Na década de 80, a então caduca série "Dallas" teve uma reviravolta que entrou para a história: no começo de sua nona temporada, uma personagem acorda um belo dia e dá de cara com o marido, que morrera na temporada anterior, que na verdade não havia passado de um looooooongo sonho.

Mais recentemente, "Desperate Housewives" (Sony) lançou mão de um recurso mais prosaico. Depois de quatro temporadas, a ação deu um salto de cinco anos. Casais se separaram, algumas crianças cresceram, outras nasceram, e o seriado ganhou uma sobrevida (termina mês que vem, depois de oito anos).

Com um elenco afiadíssimo, roteiristas inspirados, "A Grande Família" (Globo), na minha opinião, o melhor seriado da TV brasileira de todos os tempos, acaba de usar o mesmo truque na estreia de sua 12ª temporada. Nas primeiras cenas, Lineu e Nenê parecem estar seguindo à risca o figurino da nova classe média: vão fazer sua primeira viagem ao exterior. Mas logo os planos se frustram, porque Lineu é atropelado ao salvar o neto Florianinho e fica quatro anos em coma.

O episódio "Enquanto Lineu Dormia" focou num ângulo até previsível: o envolvimento de Nenê com outro homem, já que o marido está mais para lá do que para cá. O felizardo é ninguém menos que o médico do acidentado, e a matriarca se vê numa encruzilhada: assume que na prática já é viúva, ou continua a esperar por um milagre?

Fonte: Abobadário da media

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