Rememorando os 70 anos do martírio da jovem Beningna Cardoso, considerada santa na região do Cariri, foi realizada ontem a oitava Romaria de Beningna, no distrito de Inhumas, em Santana do Cariri, a 550 quilômetros de Fortaleza. Este ano, o evento teve como o tema “Menina Benigna: heroína da castidade rumo à beatificação”.
O dia 24 de outubro é lembrado como a data do assassinato de Benigna, quando tinha 13 anos. Ela foi morta a golpes de faca, em 1941, por um rapaz que queria namorar com ela e foi rejeitado. Pouco depois de sua morte, começaram as romarias ao local onde ela foi assassinada. Segundo estimativa da organização, cerca de cinco mil pessoas participaram do evento. Sandro Cidrão, organizador do movimento pela beatificação de Benigna, afirma que o número foi quase o dobro da romaria do ano passado, quando a cidade recebeu três mil romeiros.
Para ele esse é um evento ainda sem precedentes no Estado, já que os fiéis têm esperança de ver a “mártir da pureza” reconhecida pela Igreja Católica como a primeira beata do Ceará. “A santidade de Benigna já existe há 70 anos, o que a Igreja vai fazer é reconhecer isso”.
Devoção
“Há muita fé e devoção por ela”, afirma o organizador. Segundo ele, a veneração a Benigna acontece durante todo o ano, e atrai pessoas de Santana do Cariri e de cidades vizinhas. O santuário de pedra erguido pelos romeiros, o túmulo da santa e um vestido guardado como relíquias são os principais itens de veneração. A demanda pela beatificação de Benigna já existe há bastante tempo, e o pedido de reconhecimento pelo Vaticano já foi iniciado. De acordo com o organizador, o monsenhor Vitaliano Mattioli foi nomeado pela Diocese do Crato para representar a causa no departamento de Santidade em Roma.
Um dossiê foi preparado para solicitar a beatificação da menina. Em março, segundo Sandro, o processo deve ser iniciado oficialmente. “Ela morreu de forma heroica para salvar a própria virgindade, e isso é a razão que inspira muitos devotos”, explica Sandro.
ENTENDA A NOTÍCIA
A romaria de Benigna é realizada há oito anos em Santana do Cariri. Lá, viveu a menina que é considerada santa pela população e que foi morta aos 13 anos, vítima de um rapaz que a cortejava. A data de sua morte é celebrada pelos romeiros há 70 anos.
Saiba mais
A história da “mártir da pureza”, como Benigna é conhecida, foi contada na primeira edição do caderno Santificados, publicado no O POVO em 30 de abril. A trilogia do projeto Santificados está concorrendo na final do Prêmio Esso de Jornalismo na categoria Norte/Nordeste e na categoria nacional de Criação Gráfica.
Como Benigna, os repórteres contam a história de personagens contemporâneos que viraram “santos” por força da vontade popular.
Mariana Freire
Fonte: O Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário