“EUA não vão parar de espionar e não pedirão desculpas”, diz chanceler

Quatro dias antes de a presidente Dilma embarcar para Nova York, onde na última Terça-feira fez discurso ferrenho contra a espionagem americana no Brasil, o novo chanceler Luiz Alberto Figueiredo a colocaria numa saia-justa na ONU se suas falas vazassem oficialmente.

Na semana passada, Figueiredo deu mostras da impotência do Governo diante da situação e de que a indignação da presidente não vai passar do discurso.

‘(Os Estados Unidos) não vão parar de espionar, vão continuar, e não vão pedir desculpas’, disse Figueiredo em reunião sigilosa com oito deputados federais, em seu gabinete no Itamaraty.

Os deputados são membros ativos da Comissão de Relações Exteriores que visitaram o chanceler a seu pedido, após convite para ele ir à Câmara, do qual declinou. O encontro foi inédito nas relações entre o MRE e o Congresso, e Figueiredo marcou um ponto positivo, segundo parlamentares, porque se blindou.

Estavam na reunião o presidente da Comissão de Relações Exteriores, Nelson Pellegrino (PT-BA), e os integrantes Perpétua Almeida (PCdoB-AM), Carlos Zarattini (PT-SP), Hugo Napoleão (PSD-PI), Cláudio Cajado (DEM-BA), Eduardo Azeredo (PSDB-MG), Mendonça Filho (DEM-PE) e Alfredo Sirkis (PV-RJ).

O chanceler Luiz Figueiredo só vai se aproximar dos deputados. O Itamaraty não quer conversa com a comissão no Senado. Está revoltado pelo apoio do senador Ricardo Ferraço (PMDB), presidente da Comissão de Relações Exteriores, ao diplomata Eduardo Saboia, na fuga do senador Roger Molina para o Brasil.

Em nota enviada à coluna, o Itamaraty informou que ‘não tece comentários sobre declarações emitidas em reunião privada.

Fonte: Coluna Esplanada / UOL



AddThis