Sem dinheiro há 15 anos, ele diz que nunca foi tão feliz

Quem nunca ouviu falar da história de Christopher McCandless, o viajante americano que largou tudo para cair na estrada logo após se formar na universidade e acabou morrendo acidentalmente após ter se alimentado com uma planta venenosa?  Pois bem, a história de Daniel Suelo é bem parecida, mas ele continua firme e forte e está há 15 anos na estrada sem um centavo no bolso… e parece estar muito feliz com isso. Pelo menos é o que ele diz e o que qualquer um pode ver em seu semblante nas fotos que você vê neste post.

Daniel Shellabarger (seu nome de batismo), tem 54 anos e passou grande parte de sua vida em Arvada, uma pequena cidade próxima a Denver no Colorado (EUA) e 15 anos atrás, quando trabalhava como cozinheiro em Utah,  tomou uma decisão que qualquer um consideraria  loucura: Ele decidiu viver sem dinheiro. Simples assim!  Sem um centavo no bolso até o resto de sua vida!

No ano 2.000, Daniel entrou em uma cabine de telefone público e deixou lá “de presente” toda a grana que tinha no bolso (e na vida): US$ 30.  Jogou seu passaporte e sua carteira de motorista fora e mudou seu sobrenome para Suelo, que em espanhol significa solo. Daí pra frente meteu o pé na estrada e passou a viver como nômade.  Passou por algumas  comunidades alternativas, acampou no deserto e, quando é convidado, dorme na casa de estranhos, mas sua base é uma caverna no deserto de Moab em Utah (EUA).

Muitos podem dizer: “Mas esse cara é um mendigo, um andarilho e as BR’s pelo Brasil afora estão cheias deles. Qual é a diferença?” –  a diferença é que Daniel faz isso por  ideal. Daniel é cristão e parece viver na simplicidade como vivia Jesus, sem moedas de prata .  Ele não pede esmolas,  nem está cadastrado em nenhum plano assistencial do governo. Não recebe ou paga em dinheiro. No blog que mantém há uma frase que deixa claro seu estilo de vida: “A Natureza Selvagem, fora da sociedade de consumo, funciona através da economia da dádiva (de graça recebestes, de graça dai)”.  Daniel que tem formação universitária, decidiu trabalhar em troca apenas do que realmente precisa para viver, nada mais que isso!  Se recusa a receber qualquer compensação monetária em troca de trabalho. Em vez disso, ele aceita alimentos, roupas e amizade!

A história de Suelo chamou a atenção dos jornais The Huffington Post e  The Guardian que em 2009 fizeram reportagens sobre ele. Após a exposição na mídia a editora Penguin Books tentou persuadi-lo a escrever uma autobiografia, mas ele colocou uma condição: Escreveria de graça e o livro teria que ser dado de graça!   A editora recusou a oferta, mas um amigo próximo, Mark Sundeen, o convenceu a escrever. Afinal, de que adianta ter um modo de vida sustentável e livre sem que as pessoas possam conhecer? “The Man Who Quit Money”  foi lançado em 2012.  Suelo recusou pagamento pelo trabalho, mas solicitou que cópias do livro fossem distribuídas gratuitamente em eventos que promovam um estilo de vida sustentável.

A vida de Daniel pode parecer loucura pra muita gente. Muitos dirão que ele é um impostor, que a venda dos livros, por exemplo, já invalidariam seu estilo de vida, mas em seu blog há uma passagem que ele conta o porque decidiu viver assim: “Quando eu vivia com dinheiro, eu estava sempre sentindo falta de algo. O dinheiro representa essa falta. O dinheiro representa coisas do passado (dívidas) e coisas do futuro (crédito), mas o dinheiro nunca representa o presente. Nós precisamos de muito pouco para viver e não nos damos conta disso.”

Daniel aprendeu a viver com muito pouco, materialmente falando.  Quem já caiu na estrada em uma viagem de longo prazo e passou por perrengues mil, sabe que isso é pura verdade. De qualquer forma, mesmo não vislumbrando viver como ele, qualquer um há de concordar que seu estilo de vida é um belo exemplo de como é possível viver em paz e de forma sustentável em um mundo cada vez mais preocupado com crises financeiras e a destruição dos recursos naturais.  E ele não está sozinho, na web há sites de outras pessoas que estão fazendo o mesmo. A Alemã Heidemarie Schwermer , o irlandês Mark Boyle  e o viajante Tomi Astikainen são alguns que estão tentando viver uma vida fora da sociedade de consumo.

Fonte: Mochila Brasil

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