Apenas neste ano, após as chuvas do último dia 5, 11 casas foram danificadas e correm risco de desabar, na cidade de Crato. Uma delas chegou a ruir e outras três tiveram danos parciais. No Município, a maior parte das áreas de risco está localizada nos Bairros Alto da Penha, Mutirão, Pantanal e Pinto Madeira. Além das 28 famílias que ficaram desabrigadas depois da enxurrada do dia 28 de janeiro de 2011, o número de famílias que podem perder suas casas cresce a cada nova chuva.
As residências sob risco de desabamento já estão sendo avaliadas e assistidas pelas equipes técnicas da Secretária de Infraestrutura e pela Defesa Civil do Município e Estado. Entretanto, ainda não há necessidade de remoção dos moradores.
A avaliação mais recente feita pela Defesa Civil deixou as famílias em alerta para as possibilidades de desabamento, caso haja modificações nas estruturas dos imóveis. O Município não conseguiu alocar recursos para a construção de habitações para os moradores. No ano passado, o Ministério da Integração Nacional e Defesa Civil destinou uma verba de R$ 4 milhões para a construção de unidades habitacionais e reconstrução das áreas de erosão, ocasionadas pela enchente da quadra chuvosa.
Reassentamento
Porém, o recurso foi estornado para o Governo do Estado, que aplicou a verba na reconstrução do Canal do Rio Grangeiro. Atualmente, a administração do Município está desenvolvendo um projeto de reassentamento das famílias residentes na encosta do Seminário.
A ação tem parceria com o Governo Federal. Ao todo, estão sendo erguidas 104 unidades habitacionais, sendo 24 no conjunto Novo Crato e 80 no conjunto Muriti. A obra tem custo aproximado de R$ 3 milhões. Até agora, as unidades do Conjunto Novo Crato estão com 50% das obras concluídas. As do conjunto Muriti ainda estão em processo de construção da infraestrutura do loteamento. No entanto, houve um problema relacionado à defasagem de preços estabelecidos pelo orçamento do projeto, que foi aprovado em 2011. A construtora que iria executar a obra não aceitou os valores. Para retomar as construções, a Secretaria de Infraestrutura está replanejando a obra e pretende concluir o processo de pendências em até 30 dias.
A data da previsão de conclusão do projeto é até o mês de junho. Até lá, a Secretaria de Infraestrutura prevê que apenas as unidades do Conjunto Novo Crato deverão ficar prontas. As demais serão entregues no próximo mês de agosto.
Para o secretário de Infraestrutura, José Muniz, a construção dessas unidades habitacionais representa o controle urbano das áreas que encontra-se sob risco de desabamento. "Essas unidades irão diminuir o déficit das famílias em vulnerabilidade social que residem em áreas de risco. Pretendemos entregar essa obra o mais rápido possível", disse José Muniz.
Em contrapartida à ação do Município, o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) irá financiar as obras de urbanização e proteção da Encosta do Seminário, sendo uma obra contemplada pelo projeto de drenagem e esgotamento sanitário, desenvolvido pela Secretaria das Cidades do Ceará. O total do investimento chega a somar R$ 18 milhões.
Mesmo com a construção das 104 moradias nos dois loteamentos, as unidades habitacionais não são suficientes para atender à demanda. Para suprir esse déficit e atender as famílias que atualmente residem em áreas de risco apenas na zona urbana da cidade, seriam necessárias mais 200 novas casas. A cidade tem sete mil cadastros de famílias, com renda de zero a três salários mínimos por mês, para o Programa Minha Casa Minha Vida.
Mais Informações
Secretaria de Infraestrutura do Crato
Rua 7 de Setembro S/N
Centro
Telefone: (88) 3586-8017
YACANÃ NEPONUCENA
REPÓRTER
Fonte: Diário do Nordeste
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