Diga não a mudança da Expocrato - Por: Matheaus Siebra


A URCA sofre com uma infraestrutura precária. Sentamos em carteiras antigas, quebradas e desconfortáveis. Nossas salas de aula são pequenas, quentes e muitas vezes apresentam ventiladores e lâmpadas queimadas. Quase não temos projetos de pesquisa e extensão de qualidade por que não contamos com professores efetivos, o que desqualifica também o ensino, já que professores "temporários" (invenção do governador) são utilizados como quebra galhos, tapando os buracos dos professores efetivos (conheço um professor temporário do curso de Direito que em um período assumiu 8 disciplinas). Para conseguirmos o Restaurante Universitário e o Ginásio foi preciso uma luta de décadas...

Gente, vocês acreditam mesmo que, apesar de todos estes problemas de fácil resolução que citei, o governo estadual tem algum interesse em expandir a URCA? Esse argumento da parte de quem é a favor da mudança da Expocrato é uma grande mentira. O governador não tem interesse algum em gastar dinheiro com a educação superior. Educação pra ele é besteira. Ele já tentou de todas as formas entregar a URCA para o governo Federal e não conseguiu se livrar deste "peso" que é a nossa Universidade.

O local atual do Parque de Exposições tem espaço suficiente para abrigar a Expocrato. A prova disto é uma das únicas coisas boas que o ex-prefeito Samuel Araripe fez em sua gestão: O projeto de reforma e revitalização do Parque. Nele, a área total é utilizada de forma inteligente, tornando-o bem mais bonito e espaçoso.

Argumentar a questão do barulho é outra falácia, afinal, o mesmo barulho produzido aqui será produzido lá (a não ser que envolvam todo o parque com uma cúpula acústica. E do jeito que o governador é vaidoso eu não duvido de nada kkkkk).

Sobre o trânsito, é bem verdade que aumenta exageradamente o fluxo de veículos durante a semana da Expocrato. Porém já contamos com um trânsito terrível, principalmente nos horários de picos (deixar criança em colégio e saída do trabalho), o que mostra a necessidade urgente de se abrir novas vias, avenidas e faixas para que não seja necessário congestionar o centro. Se isso não for feito urgentemente, daqui a pouco teremos um trânsito igual ao da Expocrato em todos os dias do ano, mas se forem abertas novas vias, o transito durante a Expocrato também vai ser maravilhoso.

Agora imaginem vocês se o Parque for mudado. Pensem no número de acidentes que vai acontecer naquela via movimentadíssima, cheia de caminhões. Imaginem os bêbados saindo da festa e as criancinhas correndo de um lado para o outro naquela estrada. Não quero nem imaginar as tragédias diárias que acontecerão. Sem falar que muita gente não vai ter acesso ao distante local, pois não dispomos de transportes públicos que levem àquela área.

Se alguém aqui ainda não sabe o motivo do governo estadual querer a todo custo mudar a exposição de lugar, eu explico: Tem um empresário cratense fortemente ligado ao governo estadual que recebeu umas terras imensas de herança do avô. Estas terras não podem ser vendidas, pois na herança havia uma cláusula de inalienabilidade, que dizia que as terras não poderiam ser vendidas (até a quarta geração, salvo engano). O empresário não pode fazer nada com estas terras, até porque parte dela não pode ser cultivada, pois é área de proteção. Porém, a lei prevê uma única possibilidade de venda de heranças com cláusulas de inalienabilidade: Se for para o Estado, ou seja, se for desapropriando.

Resumindo: Um empresário ligado ao governo possui terras que não podem ser vendidas, ele apenas perderá a posse das terras se o governo desapropriar.

Para o governo desapropriar, é enviado um avaliador que diz o preço a ser pago ao dono do imóvel. Não há negociação. É o Estado que diz o quanto vai pagar e o dono do imóvel não pode fazer nada além de aceitar. Agora imaginem ai em quanto avaliarão estas terras para onde será levada a Expocrato... Voces acham que sairá por menos ou muito mais do que realmente vale?

Enfim, defender a mudança de local do Parque de Exposições é defender mais uma perda pro Crato, pois isso afetará negativamente a hotelaria e o comercio, além, é claro, de sustentar a corrupção.

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