Crato (CE): Saudosos tentam retomar pontos de encontro no Centro

Mais uma tradição do Crato, município 504 km de Fortaleza (Cariri cearense) caminha para o fim. Durante décadas, na terra de Bárbara de Alencar, eram comuns os cafés, onde as pessoas se reuniam, conversavam, faziam amizade e discutiam a política local.

Nos anos 50, surgiu o Café Crato, de propriedade de Orestes Costa. O comerciante ficou à frente do pequeno negócio até 1984, quando Jussier Souza Floro assumiu o comando do estabelecimento.

Já o Café Cinelândia, outro ponto de encontro da cidade, surgiu em 1974, com os irmãos Francisco e Genésio Mourão. Funcionou até 2007, quando a família do velho prédio pediu o ponto de volta e o vendeu.

O Café Cinelândia e o Café Crato formavam dois espaços boêmios no coração da cidade, onde as pessoas utilizavam não apenas para uma cervejinha rápida ou lanche rápidos, mas também para jogar conversa fora.

Era ponto de encontro certo. Por esses locais passaram pessoas famosas e políticos como Leonel Brizola e Ciro Gomes.

Retomada
Atualmente, com os dois cafés fechados, e nenhum outro aberto no centro da cidade, o senhor Jussier Floro resolveu colocar uma banca na Praça Siqueira Campos.

A movimentação, segundo ele, tem sido boa, pois muita gente sente saudades do café e o procura. “Eu coloquei o cafezinho aqui e muitos fregueses antigos vêm aqui conversar e tomar um café quente”, afirma.

Para ele, o Crato perder os cafés foi ruim. Jussier acredita que a cidade, a cada dia que passa, perde muitos de seus símbolos. “O cafezinho era um lugar bem movimentado, as pessoas falavam, discutiam política, formavam opinião”, afirma.

Já Francisco Mourão, que foi proprietário do Café Cinelândia, diz que, atualmente, é impossível manter um cafezinho devido aos preços dos aluguéis. “Essa atividade ficou quase inviável”, afirma.

Francisco afirma sentir saudade do tempo do seu Café Cinelândia. “Era uma época que só me trouxe alegria, o pessoal no café animado, conversando”, recorda.

Entenda a notícia
Símbolo de décadas passadas, pontos de encontros em torno de cafés eram comuns em cidades como o Crato, no Interior do Estado. Atualmente, são poucos os lugares onde os mais velhos podem apreciar a bebida e uma boa conversa.

Tarso Araújo

Fonte: O Povo

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