Crato (CE): Mulheres no Cariri saem em defesa do parto humanizado

Um grupo de mulheres saiu às ruas do município do Crato, na região do Cariri, em defesa do parto humanizado, movimento que tem mobilizado gestantes de todo o País. No sábado, elas marcharam da Praça Siqueira Campos até a Praça da Sé, onde gravaram um vídeo com depoimentos a favor da campanha por “um tratamento mais humano na hora do parto”, explicou a psicóloga Kaanda Barros, coordenadora da marcha.

Segundo ela, a proposta é que a mulher possa escolher a forma como deseja ter seu bebê. “Hoje não temos essa liberdade”, afirmou, referindo-se à quantidade de partos cesarianos feitos nos últimos anos.

A psicóloga Débora Cabral defendeu a mesma tese. “É preciso deixar claro que a marcha não é contra a classe médica ou contra o parto cesariano, mas a gente defende a humanização do parto, que é um evento fisiológico da mulher e assim deve ser tratado”, afirma.

Débora argumentou, ainda, que o parto não pode ser transformado em mera intervenção cirúrgica. De acordo com a socióloga Verioni Bastos, o chamado parto humanizado é uma prática de países como a França. “Lá isso é uma prática, há campanhas pelo parto humanizado, na minha família todos os partos foram normais e isso deveria ser uma prática no Brasil”, afirma.

A marcha foi a primeira etapa desse movimento que se inicia no Cariri. Segundo Kaanda Barros, ainda haverá palestras sobre o tema nas escolas universidades e comunidades. Ela propõe também buscar parcerias com o poder público para ampliar a campanha em todo o Cariri.

Números
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas 15% dos partos em cada País devem ser do tipo cesariano. No Brasil esse número chega a 52%. O movimento defende que o poder público, através do Sistema Único de Saúde (SUS), deve ter uma política para o parto humanizado, o que, segundo as manifestantes, não existe no Brasil.

Tarso Araújo

Fonte: O Povo

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