Novo Mínimo será pago a até 41% da população do CE

Referência para a remuneração de 47 milhões de pessoas no País e de até 41% da população cearense, o septuagenário salário mínimo deveria valer, segundo comparação com a época do primeiro pagamento - em julho de 1940 - realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no Ceará, precisos R$ 1.242,03. No entanto, os R$ 545 pagos aos trabalhadores brasileiros representam apenas 43,88% disto, e o aumento para R$ 622,73 - valor que deve ser arredondado para R$ 625 - acordado para janeiro próximo - com pagamento em fevereiro - não aumenta as expectativas da população, apesar de significar conquistas para entidades representativas e órgãos federais. 

"Atualmente, com todo o esforço do governo e das centrais sindicais, ele (o salário mínimo) está valendo muito menos que o valor inicial e, quando acontecer o aumento, ele ainda não vai valer nem a metade do que era para ser", lamentou o supervisor regional do Dieese no Estado, Reginaldo Aguiar.

Política insuficiente 
De acordo com ele, o atual cenário que apresenta a população com valor de compra menor por conta da remuneração "revela que, apesar dos esforços considerados importantes, a política recente de valorização ainda não foi suficiente para retornar o valor original ao mínimo". O aumento de R$ 77 (14,26% a mais) para 2012 foi apontado por ele como importante para o processo de retomada da valorização do mínimo a participação de representantes sindicais, os quais, junto com o governo, discutiram as mudanças e implementaram uma política pública.

Este trabalho conjunto, de acordo com o supervisor do Dieese, "vai deixar a diferença (entre o valor pago em 1940 e o que será pago em 2012) menos gritante, além de promover um legado de diálogo social". "Afinal, não é só crescer, é distribuir a renda também", declarou sobre o interesse nacional.

Sindicatos 
Na mesma linha argumentou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Ceará, Jerônimo Nascimento. "Nós avaliamos que este aumento do mínimo foi uma decisão acertada, pois o salário mínimo é o maior distribuidor de renda do Brasil", afirmou.

Economia aquecida 
Jerônimo ainda argumentou que mais "dinheiro no bolso do trabalhador" serve para reforçar o aquecimento da economia local e promover o desenvolvimento da indústria brasileira.

Porém, ele admitiu que "ainda tem muito chão pela frente" e o interesse de manter a política de diálogo com o governo e a consequente valorização do salário mínimo é de interesse da CUT para este e para os próximos mandatos presidenciais.

Conta 
A previsão de INPC constante na proposta orçamentária enviada originalmente foi de 5,7%. Pela regra do reajuste, o número mais a taxa de 7,5% de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010, significou o valor de R$ 619,21 para o mínimo, o equivalente a um aumento de 13,6%.

Com a atualização, a inflação subiu para 6,65% e o aumento foi para 14,26% para o mínimo atual de R$ 545.

Ainda há especulações a respeito do "arredondamento" do valor, pois, nos últimos reajustes, o valor previsto sempre foi ajustado para mais. Daí, espera-se que o novo salário seja de R$ 625, em janeiro.

Fonte: Diário do Nordeste

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