Sua saúde: Em apenas um segundo, médicos radiologistas são capazes de fazer diagnóstico

Os médicos radiologistas precisam de pouco mais de um segundo para identificar lesões no tórax em uma radiografia. É o que concluiu um estudo feito na Universidade de São Paulo (USP), publicado nesta semana na página da internet do periódico científico PLoS One. Segundo a pesquisa, fazer esse diagnóstico ativa as mesmas regiões do cérebro utilizadas quando reconhecemos o desenho de um objeto ou uma letra.

Essa é a primeira vez que um estudo investiga os mecanismos cerebrais que estão diretamente envolvidos no diagnóstico médico. Os resultados mostraram o reconhecimento de um problema pode ser muito rápido e muitas vezes feito pelo médico antes de o paciente relatar os sintomas. "Um exemplo disso é quando um médico encontra um paciente com icterícia (cor amarelada da pele) acentuada e imediatamente o diagnóstico de doenças hepáticas vem a sua mente", afirma o estudo, que foi coordenado pelo pesquisador do Laboratório de Informática Médica da USP Márcio Melo.

A pesquisa
Para entender o que se passa no cérebro dos profissionais ao realizar um diagnóstico, os pesquisadores fizeram ressonância magnética em 25 médicos radiologistas no momento em que olhavam para radiografias. Elas mostravam, durante 1.5 segundo, 20 lesões, 20 animais e 20 letras diferentes, e os médicos deveriam descrever as imagens.

Os resultados revelaram que os médicos foram capazes de diagnosticar o tipo correto de lesão no tórax em uma média de 1,33 segundo, enquanto levaram 1.23 segundo para nomear os animais e 1.14 para identificar as letras. Além disso, as áreas cerebrais ativadas foram semelhantes tanto ao reconhecer as lesões quanto os animais e as letras. Porém, embora as regiõesdo cérebro ativadas tenham sido as mesmas, o diagnóstico das lesões exigiu mais das partes do cérebro ligadas à capacidade cognitiva do que na identificação das outras imagens.

Para os pesquisadores, compreender os mecanismos cerebrais envolvidos no diagnóstico médico pode contribuir para o desenvolvimento de melhores técnicas e também na redução de erros. Além disso, os resultados sugerem que os estudos existentes de neurociência cognitiva sobre o reconhecimento e a nomeação de objetos possa ajudar a compreender as atividades cerebrais dos médicos.

Fonte: Veja

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