Operação do MP prende quadrilha por fraudes

Uma megaoperação desencadeada, na manhã de ontem, pelo Ministério Público Estadual (MPE), com o apoio de dezenas de policiais civis, deu cumprimento à maior quantidade de mandados de prisão e de busca e apreensão expedidos, de uma só vez, pelo Judiciário cearense no combate ao crime de desvio de verbas públicas. A operação, batizada de ´Vil Metal´, aconteceu na cidade de São Gonçalo do Amarante (55Km da Capital).

No total, 62 ordens judiciais para detenção de implicados no golpe e devassa contábil em residências, sedes de empresas e de órgãos públicos, e escritórios de assessorias jurídica e financeira.

As investigações realizadas nos últimos meses pelo MP teriam constatado que as fraudes somariam cerca de R$ 3,5 milhões, causando prejuízos aos cofres municipais.

Entre os investigados e presos durante a operação estão o ex-prefeito de São Gonçalo do Amarante, Walter Ramos de Araújo Júnior, que teria se beneficiado das fraudes em bloco; e o ex-tesoureiro da Prefeitura, Wagner Araújo de Farias. Ambos tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça no dia 21.

Coletiva
Conforme o delegado-geral da Polícia Civil, Luiz Carlos Dantas, em entrevista à Reportagem na noite passada, até por volta de 21h30, 25 das 28 pessoas que tiveram a preventiva decretada já haviam sido detidas.

Hoje, o Ministério Público deverá dar detalhes de toda a ação, em entrevista coletiva marcada para as 9 horas, na sede da Procuradoria Geral de Justiça (PGJ), no Centro.

Em nota oficial distribuída à Imprensa, ainda na manhã de ontem, a Assessoria de Comunicação Social da PGJ explicou que a operação poderá se estender por outros Municípios cearenses (sem citá-los), e tem como objetivo, "o enfrentamento aos crimes contra a administração pública, desvio de recursos públicos, ´lavagem´ de dinheiro, evasão de divisas e contratos licitatórios fraudulentos".

À frente da apuração estão o promotor da Comarca de São Gonçalo do Amarante, José Ribeiro dos Santos Filho, e a equipe da Procuradoria dos Crimes Contra a Administração Pública (Procap) e do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), além da Polícia Civil.

Conforme o Ministério Público, os promotores teriam descoberto indícios e provas de irregularidades em dezenas de contratos celebrados entre um grupo de oito empresas prestadoras de serviços e diversas prefeituras.

"O objetivo dessa operação é sufocar o eixo financeiro da quadrilha, cujos negócios envolvem diversas prefeituras, setores do Estado e até da União", relata a nota oficial da PGJ.

Xadrez
Vários empresários, contadores, ex-gestores municipais e outras pessoas foram capturadas no decorrer da operação e trazidas, imediatamente, para Fortaleza.

Os presos foram distribuídos na sede da Delegacia Geral da Polícia Civil (DGPC), no prédio da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e na Delegacia de Capturas e Polinter (Decap), no Centro.

Fonte: Diário do Nordeste



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