Ceará enfrenta a 7ª pior seca dos últimos 55 anos

A quadra chuvosa chega, hoje, ao fim em todo o Estado com um déficit de 50% na média esperada para todo esse período. Essa pequena quantidade de chuvas faz com que essa seja a sétima pior seca dos últimos 55 anos, de acordo com dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).

Portanto, dos 712 milímetros de precipitações que eram esperados durante os meses de fevereiro, março, abril e maio, choveu apenas 356 milímetros, até agora. O balanço dos quatro meses será divulgado, pela Funceme, no próximo dia 14.

Segundo o meteorologista da Fundação, José Maria Brabo, a principal causa da pouca quantidade de chuvas são as condições do Oceano Atlântico, que não foram favoráveis nos últimos dois anos. Dessa maneira, a formação de nuvens no litoral acabou não acontecendo.

"A parte sul do Oceano Atlântico precisa ficar com a temperatura mais quente do que o sul. Como isso acabou não acontecendo tivemos apenas chuvas isoladas durante toda esses quatro meses da quadra chuvosa", explicou o meteorologista.

Cenário
Além disso, ele acrescentou que o déficit de 50% na média de precipitações esperadas para todo esse período acontece devido ao ano seco pelo qual o Ceará está passando.

Porém, José Maria Brabo ressaltou que essa média não reflete totalmente o que acontece, pois em alguns municípios acabou chovendo mais do que em outros. "Mesmo assim, essas médias foram baixas", completou.

A expectativa do meteorologista é de que esse mês de maio seja o que mais se aproximou da média histórica do Estado. Isso deve acontecer porque, normalmente, as médias registradas pela Funceme nessa época, no Sertão, é sempre menor do que nos outros três meses.

Nos próximos meses, devem ocorrer apenas chuvas esporádicas no litoral e também no centro leste do Estado, comentou Brabo. As áreas mais afetadas devem ser entre Fortaleza e Aracati e também no baixo e médio Jaguaribe. "Essas precipitações serão causadas por um sistema de chuvas da Zona da Mata que dura de abril até agosto", frisou.

Ele disse que, mesmo com essas novas chuvas, a seca que atinge o Estado não deverá ser amenizada. Pois, devido ao volume que deverá chover, dificilmente será possível armazenar grandes quantidades de água.

Prognóstico
Em janeiro, os meteorologistas da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos já apontavam a possibilidade de chuvas irregulares para fevereiro, março e abril em todo o Estado. Pelo consenso entre os técnicos, naquela época, durante a quadra chuvosa deste ano, a probabilidade era de 45% para que as precipitações ficassem abaixo da média.

THIAGO ROCHA
REPÓRTER 

Fonte: Diário do Nordeste



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