A fórmula de escrever e gravar novela "ao vivo" na Globo deveria ser repensada. Deveria? A considerar o Ibope de Salve Jorge, que traz consigo a marca de ter a mais baixa audiência na história da dramaturgia no país, deveria sim. Histórias fechadas, há algum tempo, foram consideradas obsoletas. Mas escrever todo dia, seguindo o humor do público, deve ser algo a ser repensado. Mas isto é assunto para James Akel. O fato é que a média dos primeiros 90 dias da novela é de 30,8 pontos.
Repleta de polêmicas desde a sua estreia, "Salve Jorge" atingiu uma marca que não deve ser comemorada: a de pior Ibope de todos os tempos entre novelas das nove da Globo. Os primeiros 90 capítulos do folhetim marcaram média de 30,8 pontos - cinco a menos que "Passione" (Silvio de Abreu), que até então detinha o pior índice no período.
"Avenida Brasil", a antecessora de "Salve", marcou no período média de 37,7 pontos. "Fina Estampa", de Aguinaldo Silva, marcou 38,8 pontos. O desempenho da novela de Gloria Perez ficou aquém de outros fiascos da emissora carioca, como "Esperança", de Benedito Ruy Barbosa, de 2002, que à época obrigou a Globo a intervir e substituir o autor por Walcyr Carrasco.
A obra fechada, como era feita há muitos anos, tinha início, meio e fim quando era apresentada pelo autor. Hoje, acreditando que o humor do público poderia aumentar a audiência, o autor apresenta uma sinopse e, não raro, no decorrer da novela a história muda o seu curso.
Fonte: Conexão Jornalismo
