Mulher de executivo da Yoki confessa ter matado e esquartejado o marido

Elise Ramos Kitano Matsunaga, 38, confessou em depoimento à polícia de São Paulo, nesta quarta-feira, ter matado e esquartejado o marido, Marcos Kitano Matsunaga, 42, diretor-executivo da empresa de alimentos Yoki. Ela está presa desde a noite de segunda-feira (4) e ainda está sendo ouvida pela polícia na tarde desta quarta.

Esse é o primeiro depoimento prestado por Elise, que até então negava qualquer envolvimento no crime. Aos policiais ela disse que cometeu o crime sozinha.

Matsunaga foi morto com um tiro na cabeça e, depois, esquartejado.

A polícia já havia informado que as investigações apontavam que Matsunaga traía a mulher e que o crime teria motivação passional. Há suspeitas, no entanto, que Elise tenha tido ajuda para desovar o corpo --partes foram encontradas em pontos da Grande São Paulo, principalmente em Cotia.

O empresário havia desaparecido no dia 20 de maio. No dia seguinte, o primeiro pedaço de corpo foi encontrado. A última parte a ser achada foi a cabeça, que permitiu que o reconhecimento da vítima fosse feito pelo seu irmão no dia 28.

Elise está presa temporariamente desde segunda-feira. Nesta quarta, a prisão foi prorrogada por 30 dias.

O crime
A polícia analisou imagens de câmeras de segurança do prédio onde morava o casal, na zona oeste de São Paulo. No sábado (19), o casal, a babá e a filha do casal --de um ano-- chegam ao apartamento por volta das 18h30. A babá, dispensada, foi embora logo em seguida.

Cerca de uma hora depois, Matsunaga desce até a portaria para pegar uma pizza. Ele estava com a mesma roupa --uma camisa marrom-- encontrada pela polícia nos locais onde pedaços de seu corpo foram deixados.

Às 5h de domingo (20), a babá chega ao apartamento --ao qual ela possui acesso limitado, não podendo circular por todos os cômodos. Por volta das 11h30, Elise desce até a garagem, pelo elevador de serviço, com três malas.

Às 23h50, ela retorna sem as malas. Segundo a polícia, ela afirmou que esqueceu as malas no carro. "O fato é que ele entrou no apartamento vivo e de lá não saiu", disse ontem o delegado Jorge Carrasco, chefe do DHPP.

Detetive
Os policiais do DHPP (departamento de homicídios) suspeitam que Elize contratou um detetive para seguir o executivo. E descobriu que, entre 17 e 18 maio, ele saiu com algumas mulheres.

Apesar de Elise dizer que cometeu o crime sozinha, uma testemunha diz ter visto quando um motociclista, vestido de preto e em uma moto escura, jogou sacos plásticos azuis em um região de mata de Cotia (Grande SP). O possível envolvimento de outra pessoa será investigado.

Os indícios
Segundo a polícia, Matsunaga era colecionador de armas e, após seu desaparecimento, Elise entregou à Guarda Municipal de Cotia algumas armas que pertenciam a ele para que fossem destruídas. Entre elas estava uma de calibre 7.65, idêntica à arma usado no tiro à queima-roupa que atingiu o lado esquerdo da cabeça da vítima.

Elize e o marido faziam curso de tiros e ela, destra, é considerada uma boa atiradora. O tiro na cabeça do executivo foi dado à curta distância e pelo lado esquerdo. Para os policiais, esse também é outro indício contra Elize.

Carrasco disse também que no apartamento do casal existem várias geladeiras, "verdadeiras câmaras frigoríficas", que estão sendo periciadas. A polícia diz acreditar que as partes do corpo de Matsunaga ficaram em algum tipo de refrigerador antes de serem jogadas em Cotia.

A polícia também encontrou no imóvel sacos de lixo de modelo idêntico ao usado para embalar as partes do corpo da vítima. Segundo o delegado Carrasco, são sacos muito incomuns, provavelmente importados, que possuem um filete vermelho na extremidade.

Os peritos que analisaram as partes do corpo afirmam que os cortes foram feitos com extrema precisão. A polícia afirma que Elise, que é bacharel em direito, possui curso técnico de enfermagem. Além disso, ela é beneficiária de um seguro de vida feito recentemente pelo executivo, no valor de R$ 600 mil.

Enterro
Matsunaga foi enterrado ontem no cemitério São Paulo. Apenas o pai, Mitsuo, e o irmão, Mauro, compareceram, seguindo uma decisão da família. Havia mais sete pessoas, entre advogados e funcionários da empresa.

Não houve velório, mas apenas uma cerimônia de cinco minutos, realizada por um bispo anglicano.

Fonte: Folha.com

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