Crato (CE): Convênio vai promover educação ambiental

No Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado ontem, o Parque Estadual do Sítio Fundão, neste Município, Unidade de Conservação Ambiental em plena área urbana, com cerca de 97 hectares, acaba de ganhar um aliado para atuar no processo de gestão. A Universidade Regional do Cariri (Urca), por meio do Geopark Araripe, assinou convênio de cooperação técnico-científico para atuar na área de educação ambiental, desenvolver pesquisas e extensão na área, com o Conselho de Políticas e Gestão de Meio Ambiente (Conpam).

Criado pelo Decreto Estadual nº 29.179, de 8 de fevereiro de 2008, o local é caracterizado como Unidade de Conservação de Proteção Integral. O Sítio Fundão faz parte do Geotope Batateiras, do Geopark Araripe, que é uma outra ação de preservação ambiental do contexto geológico e paleontológico da Bacia Sedimentar do Araripe.

A assinatura aconteceu durante a abertura do Seminário Rio + 20 Cariri - Renovando Nossas Energias, que terminou ontem na universidade. Além da gestão compartilhada, a unidade terá o sistema de segurança da área fortalecido, com a construção de uma guarita na entrada, cercas e a atuação da guarda motorizada no espaço. Segundo Paulo Lustosa, o acordo com a Urca é para que a instituição possa apoiar e se utilizar da unidade para as pesquisas e atividades. "Esse tipo de ocupação é saudável para o parque, no sentido de preservar e inibir o mau uso", diz ele, ao acrescentar os avanços da sinalização dos geossítios, incluindo o Sítio Fundão.

O local passou a ser uma das grandes referências de conservação do meio ambiente para a cidade do Crato. Palco de vários protestos em prol de sua conservação, não apenas ambiental, mas histórica, o Sítio Fundão também poderá passar a ser um centro de visitação, a depender de uma discussão junto à comunidade e adequações na lei, segundo o presidente do Conpam, Paulo Lustosa, que fez a palestra de abertura do seminário. A reitora da Urca, professora Otonite Cortez, destacou a importância do convênio, que coloca a Urca como gestora da importante área de conservação. Cursos como o de Geografia e o de Ciências Biológicas poderão desenvolver importantes projetos dentro do parque, segundo ela. Destacou a importante conquista do Selo Verde do Geopark Araripe, onde o parque está inserido.

A proposta inicial de conservação do acervo histórico do parque, o engenho de madeira, que se encontra em ruínas, e o velho casarão de taipa com primeiro andar, poderá ser reavaliado. Segundo Paulo Lustosa, esses projetos poderão passar por outras secretarias, já que a atribuição do Conpam está apenas relacionada ao meio ambiente. O local guarda a memória do ambientalista Jéferson de Franca Alencar, o ecologista que preservou a fauna e flora do Sítio Fundão. O seu neto, Ed Alencar, defende a importância de desenvolver na área o turismo sustentável e para isso diz que deve ser ampliado o processo de discussão com a comunidade.

O Parque Estadual do Sítio Fundão é uma Unidade de Conservação que tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.

ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

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