Cachoeira, Mensalão, Veja, blindagem e a versão de Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou estar indignado com a reportagem da revista Veja na qual o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) afirma ter ouvido do petista pedido de adiamento do julgamento do mensalão. “Meu sentimento é de indignação”, afirmou o ex-presidente em nota.

Segundo a revista, Mendes relatou que, em encontro em abril, Lula propôs blindar qualquer investigação sobre ele na CPI que investiga as relações de Carlinhos Cachoeira com políticos e empresários. Em troca, o ministro apoiaria o adiamento do julgamento.

De acordo com a nota de Lula, a versão da revista sobre o teor da conversa é inverídica. O ex-presidente afirma que nunca interferiu em decisões do Supremo e da Procuradoria-Geral da República nos oito anos em que foi presidente.

“O procurador Antonio Fernando de Souza apresentou a denúncia do chamado mensalão ao STF e depois disso foi reconduzido ao cargo. Eu indiquei oito ministros do Supremo e nenhum deles pode registrar qualquer pressão ou injunção minha em favor de quem quer que seja”, afirmou Lula.

A reunião ocorreu no escritório de Nelson Jobim, ex-ministro do governo Lula e ex-ministro do Supremo. Lula disse a Mendes, segundo a Veja, que é “inconveniente” julgar o processo agora e chegou a fazer referências a uma viagem a Berlim em que o ministro se encontrou com o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), hoje investigado na CPI.

Jobim confirmou o encontro em seu escritório, mas negou o teor. Já o ministro Marco Aurélio Mello afirmou à reportagem que nunca deveria ter ocorrido o encontro entre os dois. “Está tudo errado. É o tipo de acontecimento que não se coaduna com a liturgia do STF, nem de um ex-presidente da República ou de um ex-presidente do tribunal, caso o Nelson Jobim tenha de fato participado disso”, disse.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou nota cobrando explicações do ex-presidente da República. “A ser confirmado o teor das conversas mantidas com um ministro titular do Supremo, configura-se de extrema gravidade”, diz a nota.

Fonte: O Povo

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