Penitentes participaram, no último sábado, da tradicional Procissão do Fogaréu, que abre os ritos de religiosidade popular da Semana Santa. As ruas ficaram ocupadas por moradores que acompanharam os homens e mulheres vestidos à caráter, conduzindo a cruz, tochas de fogo, chicotes e entoaram benditos.
Neste ano, participaram grupos dos bairros Varjota, Jatobá, Novo Jordão, Riachinho e Riacho Verde, em Várzea Alegre, e penitentes dos Irmãos da Cruz, Santas Missões e Incelências, do município de Barbalha.
De acordo com a tradição, durante o percurso, os penitentes, com tochas acesas nas mãos, entoaram cânticos conhecidos por benditos, e, na capela da Betânia, realizam o ritual da autoflagelação (batem com chicotes com pontas de ferro nas próprias costas) e em seguida rezam um terço.
Os penitentes são uma tradição antiga, com origens que remontam à época medieval na Europa e foi introduzida na região por intermédio do padre cearense, Ibiapina. "O nosso apoio tem por objetivo assegurar a manutenção desses grupos, valorizar a cultura popular e contribuir para que esses ritos continuem passando de geração para geração", explicou o secretário de Cultura do município, Maurício Bezerra.
Tradição
O agricultor aposentado, Antonio Vieira, está à frente desses fiéis há mais de 50 anos. "É uma tradição que recebi do meu pai", declarou.
Ludgério da Paixão é o decurião, isto é, o líder da tradição de um dos grupos de penitentes de Barbalha. "Comecei ainda menino, por influência do meu pai e não faço nada por boniteza, mas por devoção", ressaltou.
Fonte: Diário do Nordeste