Astronomia ou Astrologia?

No inicio da minha graduação, um professor do primeiro ano, Fernando Cachucho, por quem tenho uma profunda admiração, me fez um desafio: durante um ano acompanhar horóscopos de jornais e ver a ligação e coerência entre eles. Além de aceitar e fazer o desafio proposto fui além. Mandei fazer um mapa astral meu e um de meu primo, que nasceu no mesmo dia que eu, em ano e hora diferentes, e de mais duas pessoas, com signos diferentes.

Depois de analisarmos os mapas, concluímos que todos eles “previam” ou diziam as mesmas coisas, para todas as pessoas. Só mudavam a ordem das afirmativas. Porque as pessoas, em geral, possuem as mesmas qualidades e os mesmos defeitos, variando muito pouco quando confrontamos suas individualidades com as características de grandes grupos. Que é o que faz a astrologia: estabelece uma série de características para grandes grupos de indivíduos, conforme os seus signos.

Apesar de nossas vidas serem afetadas por estrelas, planetas e corpos celestes, as leis físicas do movimento podem explicar perfeitamente essa interação e posso garantir que não há nada de místico. Na realidade, a única coisa em comum entre astronomia e astrologia é o radical grego – astrós, estrela – que as inicia.

Elas já andaram juntas, sim. E se confundiram, na antiguidade. Até que Cláudio Ptolomeu (90 d.C. 168 d.C. ,aproximadamente), cientista de origem grega, nascido na cidade de Ptolemaida Hérmia, separou as duas, escrevendo o livro, chamado Tetrabiblios, onde sugeria que a ASTRONOMIA FOSSE CONSIDERADA UMA CIÊNCIA. E não foi só isso: nele, Ptolomeu afirmava que a Terra não era o centro do Universo. Como vocês podem perceber, Galileu Galilei (1564-1642) não foi o único “culpado”. Mas essa é outra história.

Esclareçamos bem a diferença entre as duas matérias, Astronomia e Astrologia.

O astrônomo se preocupa com a origem, a evolução, composição, classificação e dinâmica dos corpos celestes. Possui, para isso, uma formação superior e um domínio da física e da matemática.

Já a astrologia não é exatamente uma ciência, apesar de muitos a classificarem como tal. Ela dá ênfase a apenas um grupo de astros dentro do nosso Sistema Solar. Dita a conduta moral e, muitas vezes, o destino do indivíduo, baseando-se nas posições e deslocamentos no céu desde a data e hora do seu nascimento. Sua visão do Universo é baseada em princípios místicos de sua origem e existência.

Como demonstrou nossa pequena experiência, os horóscopos publicados em jornais e revistas e os chamados mapas astrais só mudam a ordem das “previsões”, pois elas são as mesmas para, praticamente, todas as pessoas. E, conforme as leis matemáticas, “a ordem dos fatores não altera o produto”. Então tanto faz você ler um horóscopo do ano de 1999 ou do dia de hoje.

Duvida? Então faça a experiência. Eu o desafio.


Fonte: Inape

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