FHC defende CPI para apurar caso Pasadena

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu neste domingo (23) a abertura de uma CPI para investigar as recentes revelações de irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobras.

O PSDB, antes reticente quanto à exploração política do caso, recebeu o aval do ex-presidente para ampliar as apurações além dos "mecanismos do Estado" antes defendidos pela sigla.

À época da compra da refinaria, o conselho da empresa era presidido por Dilma Rousseff, então chefe da Casa Civil. Na semana passada, a presidente admitiu ter aprovado a compra de 50% iniciais de Pasadena.

Por meio de nota, o Planalto disse que só aprovou o negócio porque teve acesso apenas a um parecer "falho", que não mencionava cláusulas importantes do contrato, como esta que levaria a Petrobras a ter de comprar os 100% da refinaria, via judicial.

"Os acontecimentos revelados pela imprensa sobre malfeitos na Petrobras são de tal gravidade que a própria titular da Presidência, arriscando-se a ser tomada como má gestora, preferiu abrir o jogo e reconhecer que foi dado um mau passo no caso da refinaria de Pasadena", disse FHC.

"Embora, antes desse desdobramento eu tivesse declarado que a apuração poderia ser feita por mecanismos do Estado, creio que é o caso de ampliar a apuração. O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, conduzirá o tema, em nome do partido, podendo mesmo requerer, com meu apoio, uma CPMI", continuou.

Segundo ele, é preciso saber porque só depois de tudo sabido foi demitido o responsável pelo parecer que induziu a compra desastrada da refinaria nos Estados Unidos e que relações havia entre o diretor demitido e o que está preso".

Decisão
Desde sexta-feira (21), o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, tentava convencer lideranças tucanas, entre eles José Serra e Fernando Henrique Cardoso, a apoiarem a criação de uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) da Petrobras no Congresso Nacional para investigar a compra da refinaria de Pasadena pela empresa estatal.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não era favorável à iniciativa no Congresso Nacional.

Em busca de apoio, Aécio telefonou na noite de sexta para o ex-presidente. Na conversa, o presidente da sigla afirmou que a bancada do PSDB no Congresso Nacional era unânime no apoio à iniciativa e estava disposta, assim como o PPS e o DEM, a abrir uma investigação.

Fonte: Folha.com



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