Cid admite renunciar ao mandato

O governador Cid Gomes (PROS), ontem, deu o primeiro passo objetivo para sua renúncia ao cargo, na próxima semana. Na reunião com o secretariado, provavelmente a última, ao longo do pouco mais de sete anos de Governo, ele começou a consolidar todos os dados da sua gestão para, no momento próprio, fazer o balanço dos dois governos.

Ontem, antes do início da reunião com os secretários, o governador admitiu que cogita renunciar ao mandato apenas para defender uma possível candidatura do irmão, Ciro Gomes (PROS), a um "cargo legislativo", o de senador da República. Ele avalia ser necessária criar a alternativa de Ciro, o atual secretário de Saúde ter a condição de elegibilidade no pleito de 2014.

"A hipótese de renunciar será colocada a um coletivo, não para candidatura própria (a dele), mas para que a gente possa ter o Ciro com a alternativa de candidatura", declarou Cid. "Isso será avaliado no momento devido, conversando com os demais parceiros. Nós temos aí vários partidos nessa aliança: PT, PMDB, PCdoB, PDT, PP, PSD, PHS... São vários partidos e, com eles, nós vamos compartilhar essas e outras definições", aponta.

Renúncia
As declarações foram dadas pelo governador antes da primeira avaliação do Monitoramento de Ações e Programas Prioritários (MAPP) de 2014, realizada durante todo o dia de ontem na Residência Oficial. No evento, Cid se reuniu com o secretariado e diretores de órgãos vinculados ao Estado para definir datas de inaugurações de obras, resoluções de gargalos dos programas e balanço dos projetos em andamento no Estado a fim de fazer o balanço da sua gestão, quando acontecer a renúncia.

Para viabilizar uma possível candidatura do irmão ao Legislativo, o governador precisa renunciar até o dia 5 de abril. Em outras ocasiões, Cid já havia declarado sua vontade de cumprir o mandato até o final para entregar o restante das obras do seu Governo. Ontem, entretanto, ele afirmou priorizar a candidatura de Ciro. "Pode ter certeza que, nesse caso, sou capaz de colocar acima do meu interesse pessoal, o interesse coletivo. Nesse e em muitos casos", apontou.

O governador ressalta que, para que a proposta de Ciro para o Senado seja levantada, é necessário que o secretário tenha interesse em assumir o cargo. "É lógico que o Ciro é uma pessoa fundamental nisso (na possibilidade de candidatura). Se ele disser 'não, de jeito nenhum, não serei', então, toda essa possibilidade fica fora de cogitação", disse.

Com o novo cenário, abre-se mais uma possibilidade de candidatura da base aliada. Enquanto o PCdoB defende a reeleição de Inácio Arruda ao Senado, o PT diz não abrir mão da candidatura do deputado federal José Nobre Guimarães ao cargo. Para Cid, é legítimo qualquer desejo de candidatura por parte dos candidatos, mas, antes de definir um representante, é preciso estabelecer um projeto para o Estado do Ceará.

Inovação
"Esse projeto se define a partir de ações como essa (o MAPP). Por exemplo, vamos ver cada uma das áreas, seus indicadores e ver onde precisa mais atenção, mais criatividade, onde é que precisa mais inovação. E isso se transforma num projeto para o estado do Ceará", explica. O governador defende que somente após a definição desse projeto serão estudados os nomes dos candidatos para encontro o que poderá melhor aplicá-lo.

"A gente deve, em primeiro lugar, colocar os projetos do País e o projeto do Estado acima dos projetos partidários e pessoais. (Depois) vincular essas definições de candidaturas, ou qual será a participação dos partidos, a esse projeto", declara.

No âmbito eleitoral, Cid afirma que irá se dedicar a duas tarefas: "ajudar a reeleição da (presidente) Dilma e ajudar a construir, a manter, a ampliar o arco de aliança estadual e, ao final, (apresentar) nomes que possam representar essa aliança". Ele afirma estar conversando com o senador Eunício Oliveira (PMDB), o único pretenso candidato ao Governo fora do seu partido, o PROS.

O governador voltou a afirmar seu interesse em dar uma pausa na vida pública para trabalhar no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e estar mais próximo da família. "Estou necessitando de uma pausa na minha militância política. Não estou querendo dizer com isso que eu vá abandonar a vida pública, essa é uma vocação muito forte em mim. Essa pausa eu pretendo dar trabalhando numa instituição que é promotora de políticas públicas sociais, a área que eu mais gosto, a área da educação, a área da saúde", aponta.

Fonte: Diário do Nordeste



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