Os protestos que marcaram a Romaria de Finados, no início de novembro, provavelmente não mais irão se repetir. O Governador do Estado, Camilo Santana (PT) anunciou, no último dia 20, um acordo firmado com os responsáveis pela fiscalização nas estradas estaduais para liberação dos “paus-de-arara”, tradicional meio de transporte utilizado pela grande maioria dos devotos durante os eventos religiosos no Ceará. A medida entra em vigor já a partir da romaria de Natal, que começa esta semana, quando a cidade recebe milhares de pessoas.
O petista antecipou, ainda, que “está apalavrado um acordo com o órgãos federais”. Conforme Camilo, “em janeiro deve sair uma portaria autorizando este tipo de transporte durante as festividades religiosas em cidades como Juazeiro do Norte e Canindé, por exemplo”. O Governador, porém, ressaltou a importância de o transporte ser feito com segurança. “A maioria dos romeiros não possuem outro meio de transporte, portanto, julgamos necessário a liberação, mas que seja realizado com prudência, com veículos conservados garantindo a integridade dos fiéis”.
Desde o ano passado, a Polícia Rodoviária Federal (PRF/CE) proibiu o transporte de romeiros em veículos de carga, conhecidos como “paus-de-arara”. A proibição, bem como a fiscalização mais rígida por parte da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), são medidas para reduzir acidentes e garantir a segurança dos deslocamentos em rodovias federais.
A operação “Romaria Segura, desenvolvida durante os grandes eventos religiosos, consiste na fiscalização e reforço no policiamento ostensivo e preventivo em locais e horários de maior incidência de morte. Em novembro, durante a maior Romaria da cidade, cujo o número de visitantes chega a 400 mil, dois veículos foram apreendidos, o que desencadeou uma série de protestos, com bloqueio das principais vias de Juazeiro.
O prefeito Raimundo Macedo (PMDB) contestou, em nota, a apreensão dos veículos e o “tratamento grosseiro e deselegante apresentado pelos agentes da ANTT”. Raimundão, como o político é conhecido, disse ainda que a proibição “prejudica milhares de devotos e, consequentemente, afeta as Romarias, as manifestações religiosas e até a economia”.
ANDRÉ COSTA
COLABORADOR
Fonte: Diário do Nordeste
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