Consecutivas secas têm feito produtor rural buscar alternativas para poder produzir

As consecutivas secas têm feito com que o pequeno produtor rural busque debater alternativas para poder produzir, mesmo em pequenas áreas. Há cidades em que a situação é bem mais preocupante, inclusive para o abastecimento humano, dependendo de carros-pipa. Esse é o caso de Salitre. No caso de abastecimento, a cidade de Caririaçu conta com as águas do açude São Domingos II, com um pouco mais de 6% de sua capacidade e uma das realidades mais críticas.

Para se ter uma ideia da situação, sociedade civil, os poderes públicos e companhias voltadas para o monitoramento, tiveram que se reunir para debater alternativas e a cidade não ficar sem água. No início do segundo semestre, a previsão era que Caririaçu vivenciasse uma situação de colapso do abastecimento. Os estudos da Cogerh mostravam que isso poderia ocorrer no mês de outubro. Um intenso processo educativo foi feito, para minimizar, na medida do possível, o nível de operacionalização do açude. Chegou-se à constatação que haveria diminuição na operação de 30 litros por segundo, para 15. Só assim foi possível continuar operando até este mês. Até o momento, com as chuvas escassas e previsões de inverno ainda incertas, a preocupação continua em relação à situação, e os níveis continuam baixos. Com 27 mil habitantes, a cidade enfrenta a menor média histórica de reserva hídrica.

Uma das alternativas para possibilitar o abastecimento é construção de uma adutora, mas o projeto sequer estará pronto a tempo de atender à população. Deverão ser investidos cerca de R$ 19 milhões. A possibilidade é de direcionar para Caririaçu as águas do Manoel Balbino, conhecido com açude dos Carneiros, em Juazeiro do Norte.

Este mês, haverá uma interligação de canos para uma parte mais funda do açude, no intuito de melhorar a qualidade da água para a população. Outra proposta é o sistema de abastecimento com carro-pipa.

Inativo
Na serra do Cruzeiro, em Santana do Cariri e quase na divisa do município de Araripe, uma dificuldade se arrasta há cerca de 12 anos. Em tempos de seca, a situação fica mais crítica, com a falta de água potável. Um poço que poderia atender há mais de 500 famílias, em várias comunidades, está inativo. Moradores convivem com a estiagem. A água para beber e cozinhar provém dos carros-pipa, mas poderia ser bem mais fácil, caso fosse adquirida uma bomba para o poço de mais de 500 metros, cavado há mais de uma década, numa área que antes era inimaginável um poço profundo.

Outra facilidade para que o sonho dos moradores da localidade se tornasse realidade foi a inclusão de energia elétrica, por meio do Projeto Luz Para Todos. O proprietário de terra na serra do São Gonçalo, Jose Luiz dos Santos, resolveu contar o drama dos moradores em uma carta, e enviou para o Governo Federal. Segundo ele, o projeto foi do governo do estado em parceria com o Governo Federal. Mas até o momento, não aparecem os responsáveis pelo projeto.

Segundo Santos, pelo menos se houvesse a iniciativa de construir um chafariz na área, já seria uma grande conquista. Todas as comunidades do entorno, fica a cerca de 4 quilômetros. "Algumas dessas pessoas, de poucos recursos, precisam obter água com até 18 quilômetros de distância e a dependência política para isso acaba sendo uma realidade na vida desses agricultores", diz ele. Ele afirma que a bomba deve puxar água de mais de 500 metros de profundidade. "Não é uma bomba simples, segundo informações dos técnicos da área é um equipamento importado dos Estados Unidos", explica. Comunidades como as serras do Cruzeiro, Canafístula, São Gonçalo, Salgado, dentre outras, estariam sendo beneficiadas com o poço.

O morador da serra do São Gonçalo, Antônio Apolinário, sobrevive com a água da cisterna, abastecida uma vez por mês pela Defesa Civil. Ele tem 11 filhos e afirma que há muitos anos não se via tanta seca na localidade.

O que plantou perdeu com a falta de chuva na área. "Se a água desse poço chegar, não vai ter coisa melhor para nós", diz ele, com a esperança de ser um dos beneficiados com água encanada, há 9 quilômetros de sua residência.

Já Salitre é uma das localidades que mais vem sofrendo com o problema de desabastecimento d'água na região. O poço da serra do Desapregado, e Araripe, seria a solução para o abastecimento, segundo o prefeito Rondilson Pereira, do PT. Para isso, deve ser construída uma adutora do Poço PP4 com extensão até a cidade. A grande dificuldade também refere-se à compra de uma bomba de alta potência para fazer a água chegar até o município. Há uma ação civil pública, do MP, solicitando que a Cagece resolva a questão.

Mais informações
Prefeitura Municipal de Santana do Cariri
Rua 11 de Janeiro, S/N
Centro
Telefone (88) 3545.1175

ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste


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