Tragédia em Milagres: Ainda sob clima de comoção, cidade realiza missa campal

Cerca de 500 pessoas, em sua maioria vestidas de branco, participaram de uma Missa campal de 7º Dia, na noite de ontem (13), para celebrar a paz e a memória das vítimas da “tragédia de Milagres”, ocorrida na madrugada da última sexta-feira (7). A celebração aconteceu em frente às agências bancárias, onde ocorreu o confronto entre os assaltantes e a Polícia Militar. 

Com velas nas mãos. Foi a forma utilizada por cada milagrense para homenagear as vidas perdidas na operação que impediu o assalto às unidades do Banco do Brasil (BB) e Bradesco, no Município. Ao todo, 14 pessoas morreram. Oito suspeitos e seis reféns. Além disso, oito pessoas foram presas.

Ao longo da semana, a agência do BB já havia sido alvo de homenagens espontâneas. Grupos de diversas religiões se encontram no local para orar pelas vidas perdidas. 

Famílias
Ontem, a Paróquia de Nossa Senhora dos Milagres celebrou a Missa de 7º Dia na Rua Presidente Vargas, palco de 20 minutos de tiroteio. No lugar dos estampidos, desta vez, emoção. “Pensamos em realizar essa Missa onde saiu o derramamento de sangue. Vamos rezar por todas as vítimas, e também por todas as suas famílias”, disse o padre Ronaldo Oliveira ao abrir a celebração.

Sacerdote da Paróquia de Nossa Senhora dos Milagres, padre Ronaldo acredita que o episódio desta proporção, numa cidade pacata do interior, deixou todos em choque. “A gente se refugia na oração em Deus. Precisamos mostrar aos familiares das vítimas que a Igreja Católica está unida pela oração. Queremos acalmar os nossos paroquianos”. 

“Entristecida”. Foi assim que o sacerdote definiu o Município do Cariri cearense, de pouco mais de 28 mil habitantes. Paralelamente a Milagres, Serra Talhada, em Pernambuco, cidade onde dois de cinco membros da mesma família foram mortos, também celebrava uma Missa no mesmo horário. “Isso nos interliga. Deus é um só, e a gente pede que essas almas encontrem a luz”, completa padre Ronaldo.

“A Missa é em sentimento do povo da cidade”, garante o aposentado Manoel Belém, que percorreu cerca de 15 km do Sítio Boa Vista até o Centro de Milagres para participar do momento de fé. “Ninguém esperava uma notícia dessas. Quando soube que morreram inocentes, a tristeza chegou” .

Desde o episódio, moradores de Milagres convivem com notícias falsas que vêm amedrontando a todos, como assaltos e tiroteios que não aconteceram de fato.

ANTONIO RODRIGUES
COLABORADOR

Fonte: Diário do Nordeste

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