O vinil e a vitrola estão em alta na região do Cariri. Ouvir o som diferenciado dos "bolachões" passou a ser uma experiência diferenciada para os jovens, por meio dos coquetéis musicais, proporcionados por amantes da música.
O trabalho vem sendo realizado por meio da Célula de Artes Visuais do Crato, da Secretaria de Cultura. Um dos amantes é o funcionário público, Francisco Pereira Silva Júnior, Chico Júnior, funcionário público.
O Coquetel de Vitrolas e Vinis teve a sua primeira realização no Crato, durante uma exposição, e as novas gerações tiveram a oportunidade de ouvir não apenas as velha e novas canções, mas a história dos discos, desde os primeiro estudos, e como e com que técnica se conseguiu gravar as primeiras músicas.
Da escolha do LP, da colocação no prato, do posicionamento do braço sobre a música, ver a agulha tocando na superfície para trilhar os sulcos e do deleite que surge quando se ouve a música. E esse é um grande deleite para Chico Júnior. Ele destaca que atualmente o disco de vinil vem sendo lançado por artistas contemporâneos como Ana Carolina, Capital Inicial, Pitty, Maria Rita, Adele, Amy Winehouse, entre outros.
Ele ressalta também a possibilidade da interação com outras mídias e o diálogo entre gerações. É a historia da música, conforme o funcionário público, que está sendo fortalecida, e as pessoas não podem deixar para trás uma história que faz parte de um contexto interessante. E junto com esse prazer de ouvir, através de uma radiola, com o som para lá de bem preservado, nasce o colecionar que percorre os sebos da região e lojas para buscar os preciosos discos. "Já cheguei a encontrar discos novos", afirma.
Há pouco mais de um ano, o prazer de colecionar para tocar na sua Thecnies passou a se intensificar mais ainda com o material de grande valor musical que foi encontrando. Ele ate acredita que poderá haver a explosão do vinil no mercado musical. E cita o cantor Ed Motta como um dos grandes defensores do vinil. Segundo o colecionador, há uma perda de qualidade musical, em ralação aos cds. "O vinil não é algo linear, como ocorre com as novas tecnologias musicais e isso com certeza está sendo visto por novos artistas", diz ele.
O cantor Daniel Peixoto, de Crato e que tem feito sucesso na Europa, é um desses talentos que não foge á regra dos vinis. Ele lançou o disco na Alemanha. Chico Júnior vê a importância dos amantes do vinil, como forma de levar às novas gerações a história musical. No espaço que foi montado na Rffsa, no último dia 14, estiveram reunidos oito colecionadores.
O espaço serve de troca de informações sobre música, e também a respeito das tecnologias utilizadas para os vinis, os aparelhos de sons. E o evento contou também com o Rapadura Culturarte, além de Cláudio Reis, da Feira do Relicário, que acontece em Crato. "Podemos ter a oportunidade de vivenciar aulas espetaculares e com sons diferenciados, já que muito se perdeu de qualidade com os cds", afirma.
Ainda não se tem na agenda as novas degustações, mas o admirador dos vinis passou a ser mais um amante de uma boa música, e que sabe diferenciar entre a mais fina tecnologia musical, com o som a laser, e as notas emitidas do vinil, com as velhas agulhas percorrendo os sulcos dos discos. Entre o som digital, o analógico passou a constar na preferência. "O cd não consegue reproduzir toda a sequência de uma música. Na verdade, as novas tecnologias acabam perdendo a ondulação analógica", diz ele.
A compra do som foi uma grande surpresa: durável e praticamente novo. Chico Júnior conseguiu encontrar a radiola em um sebo da região, por um preço acessível em relação ao mercado. É um aparelho resistente, normalmente usado por djs. No espaço de degustação os admiradores das músicas no vinil têm a oportunidade de colocar os discos, que recorrem a um ritual especial, segundo o funcionário público, e que requer sensibilidade para não arranhar os discos.
Mais informações
Secretaria Municipal de Cultura do Crato
Célula de Artes Visuais do Crato
Espaço da Rffsa
Telefone: (88)3523-2365
Fonte: Diário do Nordeste
